10.14.2005

O Arquitecto Saraiva

Registe-se a saída, ao fim de muitos anos, de José António Saraiva do posto de director do Expresso.

É curiosa a relação que estabeleci com este jornal ao longo dos anos.
Um ritual de sábado, ir à procura do "saco". Dificultado nos fins de semana afastados da base, impossibilitado no estrangeiro. Disse um amigo em tempos que o fim de semana "não era o mesmo" sem a leitura do Espesso e sem o hábito, antecipado uns anos, de "separar o lixo", ou seja, mandar logo fora todos aqueles suplementos e catálogos inúteis.
Notei todavia que a qualidade do jornal vinha diminuindo perigosamente nestes últimos tempos.
Será que com este refrescar de chefias o jornal retomará o seu posto referencial?

Voltando ao Arquitecto Saraiva. É um personagem curioso e que de certa forma admiro. Principalmente por escrever livremente e sem preconceitos. Ainda que envolvido numa certa aura de sobranceria e altivez, que se capta muito melhor nos dois livros que escreveu sobre política e sobre o seu munus de director de jornal.
Aura esta que rematou e sublimou naquela entrevista que deu ao próprio Expresso, onde afirmou que aspira ganhar o Nobel da literatura e onde se compara a José Mourinho. Precisamos destas figuras que se afastam e que se elevam, a bem ou a mal, da mediania. Ainda para mais divertimo-nos com as suas traquinices.
Pelo menos, espero que continue a escrever no Expresso a sua coluna semanal.

Sem comentários: