5.27.2008

Slogan brilhante

Ouvindo a inevitável Radar noite fora, agarrado ao trabalho inadiável, retenho um slogan bem arrancado de um programa desta rádio (Álbum de Família, se bem me lembro):

"De Elvis a Costello, de Kobain a Kapranos"

Que pena nós, que vivemos na parvónia, só podermos ter esta estação por companhia via Web...

P.S. - Pérola da 1.oo da manhã: Dirty Boots, Sonic Youth. Foge para longe, ó sono maldito!

5.26.2008

Processamento de salários

Notícias recentes dão-nos conta do vencimento (livre de impostos) de José Mourinho no seu novo clube (Inter de Milã0): 9 milhões de Euros, ao que consta.

Assim sendo, peguei na calculadora e escrevi: 9.000.000,00 € / 14 (como é trabalhador dependente, tem direito a subsídio de férias e de Natal) = 642.857,00 € (seiscentos e quarenta e dois mil oitocentos e cinquenta e sete Euros) por mês.
Em finais de Julho e de Novembro, como todos os trabalhadores, o mesmo receberá 1.285.714,00 € (um milhão duzentos e oitenta e cinco mil setecentos e quatorze Euros).

Se tirarmos os "mil" e o "milhão", temos o vencimento líquido de muito boa gente: 642 Euros /Mês, 1285 € nos 13º e 14º meses.

Dá que pensar? Sim. E muito.

Então e que tal a folha salarial proposta a Cristiano Ronaldo pelo Real Madrid?

30.000.000,00 € redondos / ano.

Ou seja, 2.142.857,00 € /mês (dois milhões, cento e quarenta e dois mil oitocentos e cinquenta e sete Euros). O que nos meses de férias e Natal perfazia a soma de 4.285.714,00 € (quatro milhões duzentos e oitenta e cinco mil setecentos e quatorze Euros).

Nos nossos dinheiros antigos, o emblema merengue propõe-se despender com um trabalhador mais de quatrocentos mil contos por mês.

Voltando ao mesmo exercício de há pouco, já se contam em números bem mais baixos os portugueses que recebem mensalmente 2.142,00 Euros...

Pensa-se novamente no caso: será que este trabalho vale tanto dinheiro assim?

5.24.2008

Para lá do limite

Em fim de semana de GP do Mónaco, recordemos o imortal video de uma das mais extraordinárias voltas de qualificação da história da Formula 1: Ayrton Senna, 1989, Mclaren Honda V12 à solta pelas ruas do Principado:

5.21.2008

Em tons de cinzento

A cor do céu que se vê pela janela, cinzento muito carregado, combina absolutamente com Dr. Strangelove, Blonde Redhead, que o computador debita pela sua colunazeca lateral.

5.20.2008

EVEL Hearted You

Um achado nas prateleiras dos supermercados, a uns 3 Euros e pouco.
Muitas vezes, o vinho mais barato de uma carta de vinhos de restaurante.
Mas uma qualidade muito, mas mesmo muito acima do preço marcado.
Evel Branco 2007.
A consumir sem qualquer moderação, até que um riso parvo tome conta de nós.
Enquanto não ganhamos coragem para nos levantarmos da cadeira e constatarmos que o nosso estado já não é o mais puro.

O que é National é bom

E o artista é um bom artista. E gosta de estar com a sua gente.

5.19.2008

Festival da canção

Enquanto eles, quando ganham, cantam o clássico "SLB Filhos da Puta SLB", esse hino familiar do Estádio das Antas, entoado vezes sem conta por famílias inteiras e ensinado desde tenra idade, os outros, quando lhes ganham, cantam-lhes o "cheira bem, cheira a Lisboa".
Depois queixam-se que ninguém os grama.

Um país, dois sistemas

Para quem vive num país que começa no Gerês e tem fronteira a sul na Meta dos Leitões, na Mealhada, nada melhor que visitar o país mais abaixo para um jogo de bola em Oeiras e saír de lá, com duas batatas no saco, ao som do "cheira bem, cheira a Lisboa...", conforme tive o prazer de ouvir via TSF enquanto subia uma Avenida da Liberdade quase deserta ontem à tarde.
Desta forma, igualmente, a Sra. Dona Filomena e o seu marido não tiveram que passar pelo camarote presidencial, que rejeitaram para se sentarem no do lado, amuados, como é costume.

5.16.2008

Toponímia Furacona

Vai uma pessoa ao site da Meteorologia para ver se amanhã chove e depara-se com isto.
Logo, cabe ajudar os senhores: porque não
SÓCRATES,
PINHO,
PINTO DA COSTA,
CHALANA,
CAJUDA,
SANTANA,
MENEZES,
ASAE
ou
CAROLINA?

Um caso a pensar. Até segunda se não for antes, sim?

5.14.2008

Prémio "Mas aquele programa da Fátima Lopes onde se chorava muito não acabou já?"

"Perdoa-me, desculpa, não sei mais o que fazer"

O Senhor PM, a ser verdade esta propagandística notícia, deve agradecer ao Público o bem que lhe fez à saúde. E ainda diz mal deste jornal...

Quanto ao Ministro da Economia, talvez embarcar com um aquário redondo com o gargalo bem apertado resolva o seu problema de fumar nos aviões. Era outro favor que nos fazia. A nós todos.

Prémio "Ó pá, caga. Ninguém vê, pá!"

Num interessante livro sobre as desventuras dos ilustres (leia-se representantes do Estado) portugueses em Nova Iorque, escrito pelo dono de uma empresa de limousines, a dada altura conta-se uma história de uma senhora VIP que chegando atrasada a Newark Liberty para apanhar o vôo da TAP para Lisboa, por motivos espúrios e extra-laborais (segundo a mesma fonte e sempre alegadamente...) encontrando não só o check-in mas o embarque já completo, exigiu que retirassem um passageiro do avião para que ela ainda seguisse nesse vôo para a capital do império (falido) que lhe paga o ordenado.
Ameaçando de caminho, tudo e todos, em especial o pessoal de terra da TAP que caso não embarcasse, no dia seguinte "iam rolar cabeças".

Vem isto a propósito da nova classe de privilegiados passageiros de avião: aqueles que em terra, com pompa e circunstância, decretam em geral a proibição de fumar em recintos fechados e em especial em qualquer transporte público, mas depois, a recato da cortininha da Business Class, fazendo pouco de tudo e todos e mostrando aquela sobranceria típica do portugesinho investido de poderes, logo acendem os seus cigarros, alegando que se tratava de um "vôo fretado". "Faz o que eu mando, não faças o que eu faço", no caso será pouco para qualificar estas condutas.

Valha-nos o costumeiro Público para denunciar publicamente (veja-se o gigantesco número de comments à notícia, mais de 300, postados ontem no site do jornal), qual voz no deserto, estas poucas-vergonhas que de forma impressiva e simples tudo dizem de quem manda aqui na feira. Temo que no regresso os jornalistas deste jornal sejam convidados a viajar no porão. Ou tenham que comprar bilhete noutro avião...

Claro está - conhecendo o material de que são feitos estes senhores - que, caso alguém ousasse interromper o momento de deleite fumarento dos senhores governantes, incomodando ainda que brevemente o seu fluxo de altos pensamentos para a condução dos desígnios da nação e da amizade com a Venezuela Bolivariana, ficaria perigosamente exposto a ouvir o já referido "amanhã vão rolar cabeças"...

Volto a Nova Iorque e ao tal livro do senhor das Limousines: nele também se diz que por lá, todos são iguais perante um comando ou proibição da lei. Seja um borra-botas qualquer, seja um Primeiro-Ministro. No exceptions!

Agitando as águas

5.13.2008

O rali é isto

Para quem não sabe, um rali decorre no campo, num pinhal, no alto de uma serra. É mais ou menos isto:



Serra do Caldeirão, retomando um spot do ano passado. Perto de Salir e de Barranco do Velho.




Algures na planície alragvia, junto a São Brás de Alportel.



Um campo de malmequeres perto de Almodôvar.

Mas pergunta-se: um rali é só isto? Claro que não.
O que nos leva lá longe é mesmo isto:










Créditos fotográficos: o próprio, armado em discípulo do Reinhard Klein...

5.12.2008

Há mar e mar. Há ir e voltar?

Claro que sim. Ao Mar Salgado, comemorando o seu 5º aniversário.

5.08.2008

Serra do Caldeirão

Retomando o saudável hábito de acordar com as galinhas e seguir monte acima até ao local onde os virtuosos pilotos da mais espectacular modalidade do desporto automóvel (aquele onde os adeptos ganham sempre, sempre que vão assistir) dão todo o gás possível e imaginário.

Comer pó, comer mal e a desoras, aturar bêbados e grunhos, beber cervejas já não muito frescas; mas tirar grandes fotos, estar com aqueles que partilham a nossa maluqueira, dizer muitos disparates de seguida, andar fora do dia-a-dia atrás deles.

Aqueles que guiam como nós nunca guiaremos.

Vemo-nos amanhã e sábado, em locais tão improváveis e toponimicamente esquisitos como Barranco do Velho, Salir, Javali, Cova da Muda ou Vascão.

E para a semana voltamos aqui para contar como foi.

O Rui

Primeira metade da década de 90.

Aproveitando mais um amabilíssimo convite full board (viagem, almoço, passeata, bola no camarote, ceia com marisquinho e imperial e regresso a casa em classe executiva...), mais uma eliminatória europeia ao vivo no Estádio da Luz. Algo distraído, como sempre no que toca ao futebol, deito o olho à equipa provável do Benfica, na época treinada pelo senhor Eriksson (esse mesmo).
Reparo num nome, na posição de avançado, que nunca tinha visto: Rui Costa.
Pergunto, intrigado: quem é este? Respondem-me que era um puto e que diziam que era muito bom.
Lá segui a sua exibição com atenção. Jogava bem, sim senhor.
Em 1993 ou 1994, estive num Benfica-Parma, meia-final da Taça Uefa, no terceiro anel de um Estádio da Luz quase cheio, onde os adeptos em coro cantaram os parabéns ao Rui, que fazia anos nesse dia.
Alguns anos depois, já mais homenzinho (o Rui, claro está...), voltei a vê-lo jogar ao vivo, pela Fiorentina, num jogo da UEFA contra o Benfica. Nesse jogo, na altura em que foi substituído, ouvi o maior aplauso que me lembro de assistir a um jogador da equipa adversária.
Estava sentado muito perto do banco Viola e o Rui ficou de pé, com os braços apoiados à cobertura. Quando Batistuta marca o golo da vitória (um golo fabuloso, aliás), ele abanou a cabeça, cabisbaixo, enquanto toda a equipa festejava. (Nota: este jogo não foi aquele amigável em que o mesmo jogador chorou ao marcar um golo à sua antiga equipa)
Guardo também aquele momento amargo, passado em Berlim em 1997, em que o Rui viu um (segundo) cartão amarelo numa situação em que NUNCA mais vi ninguém ser admoestado: por demorar um pouco mais a render um colega numa substituição.
Perdemos esse jogo, com 10, depois de jogarmos muitíssimo bem e termos encostado os boches à boxe, às mãos de um senhor chamado Marc Batta (quem se lembra deste ranhoso?)
Mais tarde, em 2004, marcou o golo que mais festejei na minha carreira de adepto: o 2-1 à Inglaterra, no prolongamento daquele memorável jogo, de novo no Estádio da Luz. Vitória de Pirro, como se viu... recuperada alguns minutos depois nos penaltis!
Voltei a vê-lo jogar ao vivo contra a Académica, no ano passado e este ano.
Retenho dele aquele toque de bola especial e a forma como centrava a bola para a área. O problema era mais da falta de qualidade dos executantes que recebiam esses centros, mas essa é outra história.

Deixo este tributo ao Rui Costa, a uma forma elegantíssima de estar em campo, a muitas jogadas de encher o olho e a um atleta devoto de um clube, coisa que cada vez mais escasseia neste desporto mercantil.

Já não concordo tanto com o endeusamento feito pela trupe benfiquista ao mesmo Rui Costa. O que é demais, além de chatear, fica mal.
Espero ainda que o Rui tenha pelo menos o mesmo sucesso como Director Desportivo como aquele que teve como jogador. Será pedir demais? Penso que sim. Não acredito muito nestas novas vestes. A ver vamos.

5.03.2008

Armados em Duran Duran?



Ainda bem. Muito bom. Mesmo. O verão aproxima-se perigosamente.

De volta ao rali de Portugal

Agora que faltam alguns dias apenas para o regresso do Rali de Portugal, fica o necessário upgrade da lista fornecida há um ano e tal por aqui.
Desde logo, o meio de transporte passaria a ser este:



Experimentado há alguns dias na florestal do Buçaco no meio de uma grande chuvada, apenas para confirmar que se trata do melhor carro todo-o-terreno do mundo.
Quanto ao resto, a lista do ano passado servirá em toda a sua extensão.

5.02.2008

Em Maio, em Coimbra

De volta aquele fim de semana onde, há uns anos atrás, tudo acontecia.
Àquela semana em que se vivia de noite e dormia de dia.
Apenas noto, com a devida distância, que o povo já não tolera tão bem o fenómeno.
Como em relação a tantas outras coisas, já não lhe acha tanta graça.
Já lhe vai faltando a paciência que, por exemplo, uma senhora de meia idade teve, em meados de 90, com um estudante que se deitou no capot do seu carro em frente à Pastelaria Vénus, numa manhã de Domingo pós-Noites do Parque e Baile de Gala. Nesse tempo em que o Baile era ao sábado.

Bons e cada vez mais distantes tempos.