8.29.2006

Ditado popular normalmente ouvisto após as férias de verão

"Olha, quando deres por ela já estamos quase no Natal!"

Eis o contributo inútil de um aprendiz de escriba com o cérebro em processo de quase-fusão em final de tarde de prazos inadiáveis.

1,2,3,4, 5 Minutos de...

...St. Germain.
Rose Rouge, para consumo imediato ao final da tarde, de preferência de aurtomóvel aberto ou algures numa esplanada de volta de um (ou dois) Portonics irrepreensivelmente preparados, com a inevitável uva tinta a boiar junto da hortelã.

8.28.2006

Po Po Po Po Po Poooo Pooooooo

Surpreendo via YOUTUBE o novo cântico entoado em Itália em comemoração da vitória no campeonato do mundo.
Primeiro, em versão unplugged, depois com a corda toda, e ainda a partir da curva do olímpico de Roma, num escaldante derby citadino.
Por detrás lá anda a melodia do enorme Seven Nation Army de White Stripes.
Aguardo pacientemente, dando já um pulo ou outro, a chegada deste cântico aos nossos estádios!

Intifada de sarrabulho

Ainda a propósito do caso Gil Vicente.
Apanho de passagem umas imagens da chegada a Barcelos da equipa local, vinda da sua excursão a Lisboa, tão sorridentes que aparentavam celebrar uma vitória na final da Taça de Portugal.
A recebê-los, a comitiva dos grunhos do costume. De repente, uma imagem de uns quantos pisando no chão um cachecol do Belenenses.
Não é que precisasse de ver ou ouvir mais alguma coisa para me convencer da bondade desta equipazeca ser relegada bem para os fundilhos dos campeonatos distritais. Mas vistas estas imagens odiosas, a lembrar os mullahs do Afeganistão, acrescento: e não se pode irradiá-los?

Ouço ainda via rádio umas declarações de um senhor supostamente dirigente da toda-poderosa associação de clubes de futebol do Porto sobre o mesmo tema.
A tom de voz e o discurso das declarações do dito indivíduo não destoaria da amálgama de vozes que costumo ouvir emanadas de uma tasca à porta de onde passo sempre que vou a Foz Côa...
Portanto, acrescento uma vez mais: e não se pode prendê-los?

Transitando

Registe-se o sacrilégio colhido das publicações automóveis do fim de semana quanto às seguintes três características do actualizado Land Rover Defender:

1 - O bloco do motor passa a ser o mesmo da Ford Transit (what?);

2 - Os assentos do carro passam a ser todos orientados para a frente (esta é só para conhecedores do fenómeno senta-te de frente para mim apenas observável neste glorioso veículo. Até agora...);

3 - Desapareceram os ventiladores frontais de portinhola presentes desde o Série I de 1949, dando lugar a um tablier com dois arejadores redondinhos, comandos de chauffage e demais botões, tal como num carro.

Ora bolas. Tudo se acaba. Ainda um dia vamos ver um Land Rover Defender sem molas de carroça atrás...

Let the Sun shine

Fiquei estarrecido com a edição do Expresso deste fim de semana.

Na esteira da vertiginosa queda de qualidade daquele semanário de referência, nada como descer a um nível já bastante próximo de um 24 Horas (que como é sabido, patente e notório, aponta para um target de público acima ligeiramente de analfabeto e ainda abaixo de taxista e cabeleireira manhosa) com aquela inenarrável apologia do "pirata" português, um sujeito armador de pesca que se gabou descaradamente logo a abrir o jornal, em enorme destaque, de atropelar tudo o que é lei e convenção a benefício não de inventário mas do seu próprio bolso e do seu inesgotável ego chico-esperto, exacerbando as qualidades indígenas do esquema, do proibido-é-para-os-outros-que-são-parvos, etc. Pedia-se um pouco mais de credibilidade a um jornal sério. Se não há neste final de silly season notícias para encher jornal, coloquem lá uma reportagem de viagens ou um perfil de alguma personalidade com relevo para o país.

No momento da saída do anterior Director daquele jornal, escreveu sabiamente Vasco Pulido Valente que nunca como agora estava aberta a porta ao surgimento de um projecto que desafiasse a hegemonia de 15 ou 20 anos do Expresso. Concordo. Por isso aguardo, tal como muita gente com quem venho falando, a chegada às bancas do novo semanário "Sol" chefiado pelo Arquitecto José António Saraiva, esse curiosíssimo personagem da nossa vida semi-pública.

Sendo certo, porém, que a qualidade do Público (ainda que em registo diário) actual será muito difícil de bater.

Sinto (de) Ligas

SInto muito que não tenha sido resolvido o affaire Gil Vicente em tempo útil.

Em conformidade, tomei a única atitude possível: este fim de semana não assisti a um único minuto de qualquer jogo realizado, nem sequer um resumo daqueles pequeninos em que só se vêem os golos marcados. Sem embargo hoje à noite não perder a estreia da Briosa via SportTV. Até porque o futebol, de entretenimento e diversão, passou este fim de semana a ser um assunto apenas acessível a um especialista de Direito Administrativo.

Apenas temo duas coisas no meio desta salada de frutas com paladar venezuelano-mexicano-colombiano:

1 - que deixe de ser possível assistir a jogos da minha Académica (por ser suspenso o campeonato, por esta merda da bola se tornar insolvente);
2 - (bastante mais plausível) que não possa ir a Lisboa ver ao vivo os jogos da Liga dos Campeões em virtude da suspensão de participação de clubes portugueses em provas internacionais por parte da FIFA, saturada deste filme português.

Quanto ao resto, repito aquilo que disse em tempos: já estive muito mais longe de deixar de ser contribuinte líquido e directo para a causa mafiosa do futebol em Portugal.

E acrescento: já estão em estado avançado de concretização os planos para assistir ao GP de Motos do Estoril, aos próximos dois ralis do Nacional (Centro e Mortágua) e à Baja de Portalegre.

Isso sim é sempre garantido. Sem Valentins, Mateus, Fiúzas e outros que tais.

8.22.2006

This fire is out of control

Dá-se por agora conta de um violentíssimo incêndio ocorrido para as bandas da cidade-berço numa quente noite de Agosto quando dois afamados pirómanos de trazer por casa acharam por bem abrir e devorar até se ver o fundo (com pouco depósito, acrescente-se) um Esporão Syrah Tinto 2003 com 14,5º a coberto da escuridão nocturna. O fogo manteve-se incontrolável durante várias horas e só a chamada dos meios aéreos - umas quantas garrafas de Água das Pedras geladinhas - pôs fim ao incidente. As autoridades inclinam-se fortemente para a hipótese de mão criminosa. Aquela que deu a volta ao saca-rolhas e abriu aquele combustível.


(Com todo e habitual máximo respeito à actividade dos nossos Bombeiros nesta época do ano. De Norte a Sul, do Interior ao Litoral.)

Um candeeiro, um frigorífico e um aspirador

Ouvindo Three Imaginary Boys, Cure via iTunes, aproveitando a nova funcionalidade de apresentação da capa do disco ao mesmo tempo que vamos batendo com a lapiseira na secretária ao ritmo da música que ouvimos.

Blind (but) Melon

Por terras minhotas descobri uma sobremesa da qual já tinha ouvido falar muitas vezes. Mas que na verdade só tinha ainda experimentado em versão disfarçada.
Da treta.
Após um jantarinho levezinho com dois pratos e 10 entradas empurradas com um verde gasoso de Amarante, chega então à mesa um melão gigante proveniente de Amares. Do tipo casca-de-carvalho picante.
O dito apresentava uma característica única: parecia injectado com gás, ao mesmo tempo que libertava abundantes quantidades de sumo.
Apenas mais uma coisa: tratou-se indiscutivelmente da melhor sobremesa (todos os géneros compreendidos) que alguma vez provei.
Daquelas raras coisas que nunca mais nos vamos esquecer. Glorioso.

8.21.2006

Ouvisto de passagem (as seen and heard on TV)

Um repórter de TV entrevista uma senhora de um quiosque de rua sobre a problemática dos incentivos públicos à modernização do pequeno comércio.
Responde a dita senhora:

" - Já ouvi falar mas ainda não estou muito elucidativa sobre o assunto."

Ouvisto de passagem - o que quer dizer umas coisas caras mas só lhe sai asneira

" - ... Eh pá e tal, mas isso foi uma cena mirambolante!"

Fiquei na dúvida. Falava o visado em qualquer coisa surpreendente, espalhafatosa ou ao invés de vendedores ambulantes da feira de Mira?

Ouvisto de passagem festival de verão style em registo mauzinho...

(Paredes de Coura, primeira noite do Festival, ainda sem chuva. Resposta de um jovem despreocupado ao pedido de uma outra jovem* que pedia aos circunstantes " - alguém tem alguma coisa para beber!! rápido!!")

"- Só tenho cerveja."

(e ela, pobrezinha, ainda responde, com os modos possíveis mas com péssima cara:)

" - Obrigado."

*Jovem esta que, perfeitamente esgazeada, segurava a cabeça do seu namorado que (por seu turno) jazia inanimado no chão, mostrando evidentes sinais de cansaço digestivo e cerebral, enquanto o seu grupinho de amigos enrolava a 14.543ª ganza da noite e beberricava a 234.543ª cerveja Heineken da praxe, desprezando olimpicamente a pobre condição do seu companheiro de luta, no meio de forte algazarra e asneiredo nortenho q.b.

Ouvisto de passagem versão verão popularucho

(Pregão debitado por um altifalante estridente de uma Ford Transit podre circulando na marginal da inenarrável Nazaré num sábado de Agosto, no meio da maior colecção de Cajós e Priscilas Cátias que jamais encontrei reunida no verão)

"GRANDE CORRIDA DE TOUROS NA PRAÇA DA NAZARÉ (...) (...) BILHETES À VENDA... NOS LOCAIS DO COSTUME!"

Obrigadinho. Fiquei esclarecido, especialmente se quisesse (que não quero) ir assistir à tourada.
Além do mais, tal estupidez (e o riso decorrente) ajudou-me a digerir as magníficas sardinhas que tinha acabado de comer uns metros atrás.

Os Trutas

Foram todos aqueles que estoicamente aguentaram quase três dias de chuva ininterrupta para estar presentes no Festival de Paredes de Coura.
A propósito, refira-se que nunca pensei poder elogiar um concerto que foi amputado do seu hit final.
Todavia, ninguém entrou em Panic na falta desta (e doutras) música na actuação do charming man Morrissey, como bem lhe chamou um jovem recém-introduzido nas lides festivaleiras.
Aproveitei ainda para desfrutar daquele prazer único de assistir ao concerto de Broken Social Scene sentado, aproveitando o clássico declive da zona do palco.
Sempre simpáticas as deslocações a esta terrinha. Quatro, contando com esta. Apesar da chuva.

8.19.2006

De volta e ao redor

Algum dia havia de ser. Supostamente com a bateria um pouco mais carregada.

Entretanto, tentaremos um destes dias dar conta por aqui:
- Da (alta) fidelidade ao Festival de Paredes de Coura;
- De como um melão pode transformar-se na melhor sobremesa alguma vez servida em público e em privado;
- Do regresso dos Mojitos exuberantemente servidos (ainda que a troco de 9,50 €);
- Dos saborosos momentos Ouvistos de Passagem por este paíszinho saloio fora;
- Que a CAR inglesa após o restyling deste verão, é provavelmente a melhor revista de automóveis do mundo;
- Da importância que o YOUTUBE tem para aqueles que não puderam estar ;
- Do imenso pesar pela ausência junto da pirâmide sonora dos Daft Punk por terras de Sudoeste;
- Das garrafas que se beberam e dos pratos que se provaram.

Quando o sono passar e o workflow estabilizar.

8.11.2006

A meio

Do defeso (pessoal), mantendo os habituais níveis de indolência e desleixo corporal.
Aquilo a que há muito se convencionou chamar por terras alentejanas "meter nojo", ou seja, deixarmo-nos ficar por aí deitados sem mais que fazer.

Pelo menos até 21 assim será.

Frank Black Francis

Bastante mais elegante que o original.
Esse mesmo, o que trouxe duas medalhas de ouro para Portugal. 100 e 200 metros.
Chapelada para Francis Obikwelu!