Fiquei estarrecido com a edição do Expresso deste fim de semana.
Na esteira da vertiginosa queda de qualidade daquele semanário de referência, nada como descer a um nível já bastante próximo de um 24 Horas (que como é sabido, patente e notório, aponta para um target de público acima ligeiramente de analfabeto e ainda abaixo de taxista e cabeleireira manhosa) com aquela inenarrável apologia do "pirata" português, um sujeito armador de pesca que se gabou descaradamente logo a abrir o jornal, em enorme destaque, de atropelar tudo o que é lei e convenção a benefício não de inventário mas do seu próprio bolso e do seu inesgotável ego chico-esperto, exacerbando as qualidades indígenas do esquema, do proibido-é-para-os-outros-que-são-parvos, etc. Pedia-se um pouco mais de credibilidade a um jornal sério. Se não há neste final de silly season notícias para encher jornal, coloquem lá uma reportagem de viagens ou um perfil de alguma personalidade com relevo para o país.
No momento da saída do anterior Director daquele jornal, escreveu sabiamente Vasco Pulido Valente que nunca como agora estava aberta a porta ao surgimento de um projecto que desafiasse a hegemonia de 15 ou 20 anos do Expresso. Concordo. Por isso aguardo, tal como muita gente com quem venho falando, a chegada às bancas do novo semanário "Sol" chefiado pelo Arquitecto José António Saraiva, esse curiosíssimo personagem da nossa vida semi-pública.
Sendo certo, porém, que a qualidade do Público (ainda que em registo diário) actual será muito difícil de bater.
8.28.2006
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