6.14.2007

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É conhecida a minha aversão ao FCP. Tenho bons, justificados, antigos e fortíssimos motivos para isso.
O que não me impede de registar aqui uma palavra de apreço pela carreira brilhantíssima de Vitor Baía, que, pelos vistos, ontem terminou no que ao relvado diz respeito.
Para mim, sempre seria, enquanto cá andasse, o guarda-redes da nossa Selecção.
Aqui, se calhar de forma inédita, alinho com o coro de protestos vindos do Norte contra Scolari.
Ele lá terá as suas razões para o ter deixado cair assim que pegou na equipa, preterindo-o em favor de Ricardo. Quem sabe um dia tais razões serão conhecidas ao pormenor? Quando Scolari sair...
Vitor Baía defendeu a baliza portista e a do Barcelona anos a fio com regularidade impressionante.
Acresce ser um modelo de correcção, educação e de cidadania como muito poucos no mundo da pochette Vuitton e dos óculos grandes de gaja que é o dos nossos jogadores da bola.
Mais: sabe falar. Articular um discurso sem se engasgar e sem dizer "tênhamos".
Também por isto a minha admiração por este grande jogador que ontem arrumou as luvas.

Um último desejo: que as suas novas funções cardinalícias, ontem anunciadas no Núncio Apostólico pelo próprio Papa (cada vez mais atrapalhado, entramelado e pequenino com o que por aí se diz dele e seus próceres...) não belisquem a imagem que tantos anos demorou a criar.
É que diz o povo e muito bem que uma boa imagem demora anos a criar e minutos a destruir...

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