2.25.2009
O viajante
Durante o fim de semana, foi conhecida a notícia da morte do Eng. José Megre.
Desnecessária será a sua apresentação a quem goste de automóveis.
Fica a nota de ser um dos Portugueses mais viajados de sempre, que teve o privilégio de conhecer a fundo todos os Estados soberanos do mundo, à excepção de um, o Iraque.
Ainda na semana passada tinha ido à estante buscar, uma vez mais, o livro que editou em 1999 com os relatos dos seus primeiros Paris-Dakar (de UMM...) e das expedições ao deserto do Teneré, região hoje "proibida" e à América do Sul. Um verdadeiro "tratado" de aventuras.
Acompanhei sempre os relatos dos seus Transportugal, passeios todo-o-terreno que levaram tanta gente aos confins do nosso país e nos quais infelizmente nunca participei.
Cruzei-me com ele algumas vezes, em provas desportivas, como em 2005 na Baja de Portalegre. Era uma figura singular, com o chapéu australiano de abas e o cigarro sempre aceso.
Espera-se que este paíszinho cinzento e maldisposto venha algures a render a devida homenagem a este aventureiro global, para quem não havia fim para a viagem. E que nos ensinou aquela forma de conhecer que passa por andar, muito, percorrer a maior distância que conseguirmos.
Infelizmente, começamos muito mal neste particular: o jornal Autosport (hoje um cruzamento entre o Autosport do antigamente e uma revisteca daquelas de barbeiro/cabeleireiro) nem sequer citou este triste acontecimento na sua capa, apenas no interior. Dedicou-a a um grupo de jovens aspirantes a piloto de F1, todos com aquele ar metrossexual. É o que vende, hoje em dia...
Viagens, passeios, fotografia, automóveis (japoneses, sempre, e também Porsches...) e miniaturas destes (era dono de uma das maiores colecções privadas em Portugal), uma das mais interessantes personalidades portuguesas que deixa este país mais pobre com a sua partida.
2.19.2009
Entruda
Palavra que lembra, ao longe, o nome de um modelo da Suzuki, uma daquelas dos barbudos, chopper, no seu dialecto próprio, horrorosas. Motos, por aqui, só BMW (todas, lindas) e uma ou outra Ducati, e por ver passar...
Palavra que lembra os próximos dias, que de bom apenas têm o facto de cavar umas mini-férias para:
desligar um bocado,
comer bem,
beber qualquer coisa melhorzinha e diferente,
dormir mais,
ouvir música boa até quilhar a bateria do iPod,
retomar leituras de livros que têm estado, incompreensivelmente, em pousio,
ver derbys decisivos numa tasca de aldeia com JB novo a 1,50 € onde os presentes, quase todos acima dos 50, obviamente são TODOS do Benfica
e
tirar fotografias. Muitas. Dos nossos modelos favoritos.
Porque entrudas e quejandos, jamais houve pachorra para aturar. Detesto.
Assim sendo, até quarta.
Palavra que lembra os próximos dias, que de bom apenas têm o facto de cavar umas mini-férias para:
desligar um bocado,
comer bem,
beber qualquer coisa melhorzinha e diferente,
dormir mais,
ouvir música boa até quilhar a bateria do iPod,
retomar leituras de livros que têm estado, incompreensivelmente, em pousio,
ver derbys decisivos numa tasca de aldeia com JB novo a 1,50 € onde os presentes, quase todos acima dos 50, obviamente são TODOS do Benfica
e
tirar fotografias. Muitas. Dos nossos modelos favoritos.
Porque entrudas e quejandos, jamais houve pachorra para aturar. Detesto.
Assim sendo, até quarta.
Ouvisto de passagem: o encanto do futebol falado pelos seus "próta-gonistas"
"Isso é um assunto do forno interno do clube."
Um treinador qualquer. Lido na Sábado que saiu hoje.
Há lá coisa mais linda, ouvista nos últimos tempos?
Um treinador qualquer. Lido na Sábado que saiu hoje.
Há lá coisa mais linda, ouvista nos últimos tempos?
Um dia destes e a pedido de várias famílias
Recordando o que foi feito por aqui em 2007, aparecerá a Edição 2009, Platinum Edition, do famoso Guia "tudo o que você precisa de saber e conhecer para assistir ao vivo ao Rali de Portugal e tem algum receio de perguntar"...
2.17.2009
Os Cruzados (contra as restrições às liberdades)
Leio, atónito, esta noticia, no site da revista Land Rover Owner International.
Para quem não sabe, o raid Croisiére Blanche é um passeio todo-o-terreno, não competitivo, cuja particularidade é decorrer integralmente sobre neve, em caminhos dos Alpes Franceses e cuja primeira edição remonta a 1977. Trata-se de um dos mais espectaculares eventos desta natureza, acessível a um bom todo-o-terreno (não um daqueles SUV da moda, claro está) desde que equipado com pneus de tracção e correntes nas 4 rodas.
Realizou-se todos os anos. Até este ano.
Altura em que um grupelho de "ecologistas" conseguiu ver deferida uma providência cautelar por um tribunal francês que interditou este passeio, por "atentado ao ambiente". Provavelmente o mesmo grupo que impediu a realização da tradicional pista de obstáculos 4X4 no Salão de Paris, em Outubro último.
O inevitável Miguel Sousa Tavares, também ele um conhecido adepto desta forma de evasão (militante do mítico Raid Transportugal, onde participou em 22 de 25 edições!), já vem avisando há tempos que o legislador português, sempre atento a estas modernices vindas da estranja, não tardará também ele a começar a cercear as liberdades de passeio (e de vistas, principalmente) de quem gosta de passear de jipe fora de estrada em Portugal.
O que esses meninos "ecologistas" citadinos desconhecem, eles que tanto gostam de ruminar nos seus Meuns McDonalds e de frequentar aqueles encontros "fracturantes" que se debruçam sobre as "grandes questões do nosso tempo", é que estes passeios, realizados por pessoas civilizadas e muitas vezes com mais consciência ecológica que eles, são um contributo para levar gente às zonas desertificadas dos territórios, animar os que por lá vivem (com a buzinadela ou o aceno à velhota e ao pastor...) e para limpar e desimpedir caminhos pouco trilhados para que no futuro, em caso de incêndio, os bombeiros neles circulem mais facilmente.
Coisas que, obviamente, os ditos "meninos" desconhecem, porque no bairro da cidade onde vivem não há pastores, caminhos ou incêndios florestais. Isso, só na TV e na Net...
Só mais uma coisa: a foto que ilustra este post foi tirada no Douro Superior, perto de Torre de Moncorvo, em 2005, num desses passeios que nos levam onde os outros nunca foram.
Num local que se prevê vir a ser inundado pela construção da célebre Barragem do Sabor. Que, entre outras coisas, servirá para alimentar de energia os MacBook prateados dos meninos da cidade.
Para quem não sabe, o raid Croisiére Blanche é um passeio todo-o-terreno, não competitivo, cuja particularidade é decorrer integralmente sobre neve, em caminhos dos Alpes Franceses e cuja primeira edição remonta a 1977. Trata-se de um dos mais espectaculares eventos desta natureza, acessível a um bom todo-o-terreno (não um daqueles SUV da moda, claro está) desde que equipado com pneus de tracção e correntes nas 4 rodas.
Realizou-se todos os anos. Até este ano.
Altura em que um grupelho de "ecologistas" conseguiu ver deferida uma providência cautelar por um tribunal francês que interditou este passeio, por "atentado ao ambiente". Provavelmente o mesmo grupo que impediu a realização da tradicional pista de obstáculos 4X4 no Salão de Paris, em Outubro último.
O inevitável Miguel Sousa Tavares, também ele um conhecido adepto desta forma de evasão (militante do mítico Raid Transportugal, onde participou em 22 de 25 edições!), já vem avisando há tempos que o legislador português, sempre atento a estas modernices vindas da estranja, não tardará também ele a começar a cercear as liberdades de passeio (e de vistas, principalmente) de quem gosta de passear de jipe fora de estrada em Portugal.
O que esses meninos "ecologistas" citadinos desconhecem, eles que tanto gostam de ruminar nos seus Meuns McDonalds e de frequentar aqueles encontros "fracturantes" que se debruçam sobre as "grandes questões do nosso tempo", é que estes passeios, realizados por pessoas civilizadas e muitas vezes com mais consciência ecológica que eles, são um contributo para levar gente às zonas desertificadas dos territórios, animar os que por lá vivem (com a buzinadela ou o aceno à velhota e ao pastor...) e para limpar e desimpedir caminhos pouco trilhados para que no futuro, em caso de incêndio, os bombeiros neles circulem mais facilmente.
Coisas que, obviamente, os ditos "meninos" desconhecem, porque no bairro da cidade onde vivem não há pastores, caminhos ou incêndios florestais. Isso, só na TV e na Net...
Só mais uma coisa: a foto que ilustra este post foi tirada no Douro Superior, perto de Torre de Moncorvo, em 2005, num desses passeios que nos levam onde os outros nunca foram.
Num local que se prevê vir a ser inundado pela construção da célebre Barragem do Sabor. Que, entre outras coisas, servirá para alimentar de energia os MacBook prateados dos meninos da cidade.
2.16.2009
As Batô goes by
O Batô de Leça revisitado.
Depois de um olímpico arroz de marisco, antecipado por umas ameijoas e uns percebes estrondosos e enquadrado por um Duas Quintas Branco 2007 de volta aos seus dias felizes no Fernando de Matosinhos, a abarrotar de "fuôfas" e "fuôfos", não fosse Dia dos Namorados;
E de uma soporífera apresentação dos Tindersticks na sala Suggia da Casa da Música, onde só me lembro da expressão "descafeínado" para qualificar aquelas canções sem a presença do violino que ouvi em 97 ao vivo,
rumou-se ao Batô.
Quem ali entra, espanta qualquer vestígio de sono.
Nunca entrei num sítio (aberto ao público, entenda-se) que se aproxime daquele na música que oferece aos seus frequentadores.
O velho States, nem nos seus melhores dias se aproximou daquela casa. Se vivesse no Porto, passava lá a vida.
Em 2 horas de exposição ao fenómeno (2.15-4.15), de Killers a Cure, de Franz Ferdinand a Clash, de Joy Division a Editors, de Interpol (e que estrondo é ouvir Slow Hands numa discoteca!!) a Marylin Manson, de Nick Cave a Arctic Monkeys, um carrossel de ritmos, épocas e estilos, superiormente mixados pelo DJ de serviço.
Ah, é ainda para mais uma casa mais-que-honesta nas doses de Jameson que serve em troca de 6,50 €...
É por existirem casas como esta que cada vez menos me apetece ir às outras.
As do pum pum pum unts unts unts...
Depois de um olímpico arroz de marisco, antecipado por umas ameijoas e uns percebes estrondosos e enquadrado por um Duas Quintas Branco 2007 de volta aos seus dias felizes no Fernando de Matosinhos, a abarrotar de "fuôfas" e "fuôfos", não fosse Dia dos Namorados;
E de uma soporífera apresentação dos Tindersticks na sala Suggia da Casa da Música, onde só me lembro da expressão "descafeínado" para qualificar aquelas canções sem a presença do violino que ouvi em 97 ao vivo,
rumou-se ao Batô.
Quem ali entra, espanta qualquer vestígio de sono.
Nunca entrei num sítio (aberto ao público, entenda-se) que se aproxime daquele na música que oferece aos seus frequentadores.
O velho States, nem nos seus melhores dias se aproximou daquela casa. Se vivesse no Porto, passava lá a vida.
Em 2 horas de exposição ao fenómeno (2.15-4.15), de Killers a Cure, de Franz Ferdinand a Clash, de Joy Division a Editors, de Interpol (e que estrondo é ouvir Slow Hands numa discoteca!!) a Marylin Manson, de Nick Cave a Arctic Monkeys, um carrossel de ritmos, épocas e estilos, superiormente mixados pelo DJ de serviço.
Ah, é ainda para mais uma casa mais-que-honesta nas doses de Jameson que serve em troca de 6,50 €...
É por existirem casas como esta que cada vez menos me apetece ir às outras.
As do pum pum pum unts unts unts...
2.13.2009
Coordenadas
To the East, Electrelane.
Por agora, via iTunes, esbugalhando os olhos com a fantástica luminosidade que entra pela janela.
Por acaso, amanhã, heading north: A1, Rotunda da Boavista, Casa da Música, Stuart Staples, Tiny Tears, Porto, Matosinhos, jantar, peixe, marisco, um branquinho fresquinho, Batô, noite, 2 ou 3 católicos com gelo. Coisas que vêm fazendo falta. Hace tiempo.
Por agora, via iTunes, esbugalhando os olhos com a fantástica luminosidade que entra pela janela.
Por acaso, amanhã, heading north: A1, Rotunda da Boavista, Casa da Música, Stuart Staples, Tiny Tears, Porto, Matosinhos, jantar, peixe, marisco, um branquinho fresquinho, Batô, noite, 2 ou 3 católicos com gelo. Coisas que vêm fazendo falta. Hace tiempo.
2.09.2009
Escumalharia diversa
Mais uma vez me dispus a perder tempo a ver um Porto-Benfica.
No final, as conclusões habituais:
- O povo todo presente nas Antas (que pena não terem filmado o camarote da presidência para confirmarmos isso mesmo), em coro, pais, filhos e netos, lá entoaram o seu cântico preferido "SLB SLB FDP SLB" (a pedido do speaker do estádio, sempre actualizado no particular das ordinarices e boçalidades que os adeptos locais tanto apreciam), para tentarem exorcizar o seu eterno medo pelo rival;
- Desafio algum adepto do clube visitado a enunciar algum caso em que o Benfica tenha sido beneficiado num jogo contra o Porto, enquanto revejo no YouTube o Fernando Couto a correr atrás do José Pratas para lhe arrear, o João Pinto com o nariz partido, o Baía a tirar a bola de dentro da baliza na Luz, um brasileiro qualquer do FCP a fazer pirêtos ao Artur Jorge e ao banco do Benfica e o Lisandro Lopez a sacar um penalti escandaloso no jogo de ontem. Entre outros, claro está;
- A propósito deste Lisandro, ao ver aquele momento de futebol à portuguesa, arrependo-me amargamente de alguns elogios que lhe fiz na semana passada, ao falar de futebol com um amigo italiano: dizia-lhe eu que o FCP tinha 2 avançados, um pródigo nas artes do mergulho (Hulk), outro que apenas queria jogar à bola, não perdendo tempo com vigarices. Afinal, ninguém sobrevive à escola do FCP: todos estudam pela mesma cartilha. Veja-se o que se passou na primeira parte: Lucho, sofrendo um toque, tenta sair a jogar. O seu comparsa, vendo a janela de oportunidade, e sabendo-se muito à vontade para o fazer, mergulha e cava o penalti salvador. Um nojo. O costume.
- Assim sendo, resta-me desejar uma exibição magistral de Simão Sabrosa na próxima semana.
No final, as conclusões habituais:
- O povo todo presente nas Antas (que pena não terem filmado o camarote da presidência para confirmarmos isso mesmo), em coro, pais, filhos e netos, lá entoaram o seu cântico preferido "SLB SLB FDP SLB" (a pedido do speaker do estádio, sempre actualizado no particular das ordinarices e boçalidades que os adeptos locais tanto apreciam), para tentarem exorcizar o seu eterno medo pelo rival;
- Desafio algum adepto do clube visitado a enunciar algum caso em que o Benfica tenha sido beneficiado num jogo contra o Porto, enquanto revejo no YouTube o Fernando Couto a correr atrás do José Pratas para lhe arrear, o João Pinto com o nariz partido, o Baía a tirar a bola de dentro da baliza na Luz, um brasileiro qualquer do FCP a fazer pirêtos ao Artur Jorge e ao banco do Benfica e o Lisandro Lopez a sacar um penalti escandaloso no jogo de ontem. Entre outros, claro está;
- A propósito deste Lisandro, ao ver aquele momento de futebol à portuguesa, arrependo-me amargamente de alguns elogios que lhe fiz na semana passada, ao falar de futebol com um amigo italiano: dizia-lhe eu que o FCP tinha 2 avançados, um pródigo nas artes do mergulho (Hulk), outro que apenas queria jogar à bola, não perdendo tempo com vigarices. Afinal, ninguém sobrevive à escola do FCP: todos estudam pela mesma cartilha. Veja-se o que se passou na primeira parte: Lucho, sofrendo um toque, tenta sair a jogar. O seu comparsa, vendo a janela de oportunidade, e sabendo-se muito à vontade para o fazer, mergulha e cava o penalti salvador. Um nojo. O costume.
- Assim sendo, resta-me desejar uma exibição magistral de Simão Sabrosa na próxima semana.
2.05.2009
Noções económicas de base popular adaptadas a 2009: a diferença entre recessão e depressão
"A recessão é quando o teu vizinho perde o emprego; a depressão é quando perdes o teu."
Lido algures, entre a imprensa estrangeira. Sim, na nacional não foi de certeza...
Lido algures, entre a imprensa estrangeira. Sim, na nacional não foi de certeza...
2.03.2009
Boss on the moon
Mão amiga fez-me chegar isto:
Como dos autores da música posso asseverar serem grandes ao vivo, será pedir muito pela há tanto tempo aguardada visita do Boss a Portugal?
Como dos autores da música posso asseverar serem grandes ao vivo, será pedir muito pela há tanto tempo aguardada visita do Boss a Portugal?
2.02.2009
Fomos e viemos
Andámos por aí. Cardiff, trabalho e mais trabalho. Pouco passeio, frio, regresso para mais e mais trabalho.
Just like Honey, Jesus & Mary Chain na leitura de mails atrasados mais de uma semana.
Just like Honey, Jesus & Mary Chain na leitura de mails atrasados mais de uma semana.
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