11.27.2009

Derby Count(r)y(side)

Rumo ao gélido interior, para desenjoar do ambiente citadino, acender lareiras, comer bem, ouvir o relógio da igreja a assinalar as horas e as meias-horas e apanhar ar do bom.

Sábado ao serão, de regresso àquele desporto curioso que é assistir a um derby futebolístico num café de aldeia, sozinho, no meio dos locais.
Como sempre acontece em todo o nosso Portugal, a maioria dos presentes é sempre benfiquista.

Como também costuma acontecer nas nossas aldeias, a imperial é a menos de 1 Euro e chega-se a beber um J&B novo por um e meio (em copinho de bagaço cheio até cima, por causa do tamanho do cubo de gelo).

E assim conseguimos ver um jogo sem fazer muito barulho, sem sermos boçais, como aconteceria se víssemos em nossa casa.

No final, regressar ao sofá e à lareira, espalhar os jornais do fim de semana ao redor e ficar por lá até chegar o sono.

O local escolhido tem dado sorte. Que assim se mantenha.

E que o dono deixe ver também o Barcelona - Real Madrid no domingo ao final da tarde...

11.25.2009

Para que conste

E uma vez que caminhamos perigosamente para o final do ano, declaro o meu repúdio por aquelas listas do melhor da década, etc. Mas sempre adianto que para mim o grupo de música da década foram sem qualquer dúvida os Arcade Fire.

11.24.2009

O Não-Palhaço

Acabava eu de assistir ao apuramento de Portugal para o Mundial de futebol quando mudei para a Sport TV para torcer pela Irlanda nos minutos finais contra a França.
Assiste-se então àquele roubo escandaloso da mãozinha do Henry.
Nunca gostei deste jogador. Não o queria jamais numa equipa da qual fosse adepto.
Não gosto de jogadores que jogam à bola sem rir. O futebol é para entreter as pessoas, não é um assunto sério.
Quanto aos demais funcionários franceses ligados à bola, desde Platini, passando por este Henry ao ranhoso do seleccionador francês, fica o meu desejo: que sejam eliminados na 1ª fase, de preferência por uma equipa africana e com um golo que tenha entrado pela malha lateral da baliza.

11.19.2009

Consoando

Há coisas que pela sua relevância não podem ser adiadas: a caminho da garrafeira está já o habitual Redoma Reserva Branco 2008, que pela sua excelência, destina-se a ser consumido apenas uma vez por ano, na noite de Natal. Antes do tinto da praxe e muito antes do malte que aparece a fechar a noite.

Este é um vinho de culto, o melhor vinho branco que algum dia provei, com larguíssima distância aos demais grandes brancos que tive o privilégio de conhecer. Distância muito maior do que aquela que separa os 5 ou 10 melhores tintos.

Por isso, só deve ser provado ocasionalmente.

Por isso, chegados a esta altura do ano, se nos cruzarmos com ele, temos que comprar uma garrafa, guardar, e consumir no dia 24-12 à noite.
De preferência, acompanhando umas lascas fininhas de presunto pata negra.

11.12.2009

Declaração solene (nada de estranhar, aliás)

Meu caro,

se decidires vir a Portugal ou arredores, acampo à porta do Continente, da Worten, da mercearia do bairro, onde calhar, para arranjar bilhete. Tenho que estar lá.
Se já só te der para tocares no Casino do Estoril, até alugo um smoking.
Trocava todos os concertos que vi nos últimos 5 anos por um concerto teu.

11.04.2009

1 Thousand Reasons

Porque é que sou um amante incorrigível dos The Sound?

Nunca consigo passar muito tempo sem regressar a From the Lions Mouth e a In the Hothouse.
Tenho para mim que nunca conseguirei.

11.03.2009

Ainda a propósito do mesmo António Sérgio

A devida e merecidíssima vénia à RUC por ter-se associado à RADAR na transmissão, à hora própria, do último Viriato 25 gravado pelo António Sérgio.
Possibilitando assim a quem reside fora de Lisboa e não está para ter que estar ao lado do portátil sujeito aos humores variáveis do live streaming da rádio online ouvir, no local próprio, aquele que foi o derradeiro contributo para o bom gosto musical do António Sérgio.
Ouvi-o atentamente, desde as 23.00 até perto da 1 da manhã, recuperando aquele hábito antigo da rádio a desoras. Pela última vez, na companhia dele. Que como bem disse alguém num depoimento para a RUC, tinha um registo vocal que parecia estar ali ao lado a falar connosco.

Por último, e encerrando o capítulo, deixando nota do que se escreveu por aqui a propósito dele e do Som da Frente.
Que não foi, aliás, pouco:

11.02.2009

Tears in their eyes


Apanhei ontem, chegado de fim de semana, a notícia da morte de António Sérgio.

Falei dele e elogiei-o várias vezes por aqui. Merecidamente.

É um dos 3/4 responsáveis por tudo o que de bom ouço desde os meus 13/14 anos.
Pixies, Jane´s Addiction, toda a cena de Manchester e derivados, Birdland, This Mortal Coil, Throwing Muses.
Para quem não teve o privilégio de conhecer, julgo que esta lista de músicas tocadas no seu programa ao longo dos anos é suficientemente esclarecedora.

Foi a voz (e que voz portentosa, marcante tinha ele!) que tantas noites trouxe aquelas novidades que contam.

Naquele "Som da Frente" da Rádio Comercial que, ouvido em tempos do liceu, naquele horário manhoso 1-3 da manhã, poucas chances dava de coordenar com aulas a começarem às 8.30 da manhã... ausências estas de que me vingava, verão fora, em férias, onde todas as noites (de segunda a quinta-feira, se bem me lembro) ouvia o programa, de início a fim.

Cruzei-me com ele em 2008 no Parque Tejo, onde esperava o início do concerto dos Arcade Fire. Estive prestes a ir meter conversa com ele. Depois, pensei que não teria conversa para o abordar, a não ser para lhe agradecer todas as bandas que me deu a conhecer nesses gloriosos tempos do "Som da Frente".

End of story. Espero sinceramente que o Blitz (ou a Blitz...) prestem o devido tributo a este senhor. Rapidamente.
Por mim, tão rápido quanto possível, tratarei de criar no meu iPod aquela lista, acima referida, das 500 músicas da "Lista Rebelde" do "Som da Frente". Pela ordem citada, como convém.

Porque quanto à rádio portuguesa, com as honrosas excepções da RADAR e da R.U.C. cá da terra (e uns 10 minutos por hora de emissão, a Antena 3...), o panorama é tão negro que só uma ligação do iPod ao carro nos salvará do degredo absoluto.

Por último, ainda que numa versão video com umas fotos meio estranhas, deixo um link para uma música que ouvi nesse mesmo "Som da Frente" numa noite de verão, há quase 20 anos atrás, a qual nunca mais esqueci. Porque aí o que contava era mesmo o que ouvíamos.

Um abraço ao António Sérgio!