A Queima (burn baby burn)
Chegados a esta altura do ano, nesta cidade, restam duas atitudes, a tomar em alternativa: ou entrar na onda ou meter férias e fugir.
Porque na verdade Coimbra é a cidade onde as festividades estudantis mais mexem com a vida normal da cidade. E com as pessoas.
Há quem insista em entrar na onda (ou reentrar), por via de bailes de gala e afins.
Há quem fuja dessas coisas a sete pés.
Como sempre, no meio termo estará certamente a virtude.
Um jantar com malta da Faculdade, especialmente os de fora, uns copos e a paragem estratégica no Avenida junto do Fernando, a ver passar as matronas de vestido rosa choc para o Quartel.
Depois logo se verá.
Em certos anos, dali já só se foi para casa. A custo. Devagar.
Há que manter a devida distância e lembrar-nos desses tempos gloriosos.
Ficam essas memórias de grandes disparates, bebedeiras imensas, excessos de toda a ordem.
E de grandes noites de música. Lembrem-se de passagem, os The Farm, Mão Morta, GNR, Ena Pá 2000, Xutos&Pontapés, Sérgio Godinho e outros...
Mas também reconheço que haveria outra onda se as Noites do Parque fossem isso mesmo, ou seja, se fossem, como nos velhos tempos, no Parque Manuel de Braga e não naquele recinto impessoal, massivo, tipo festival de verão. Ainda por cima sem relva.
Por outro lado, o famoso baile de gala também perdeu muito com a mudança de local.
Mas a turba tem vindo a aumentar, logo os espaços vão ficando exíguos.
Uma última nota para uma carta aberta que o Magnífico Reitor dirigiu aos Estudantes. Estou de acordo e apoio inteiramente a sua posição.
É para mim VERGONHOSO e infantil que se convide e depois desconvide o Reitor para participar na Queima das Fitas, especialmente nos seus momentos principais, como o cortejo dos quartanistas ou mesmo o baile de gala.
Os meninos estudantes não terão imaginação e a tão necessária irreverência para contestar e lutar a montante da pura má criação e falta de respeito? Pelos vistos não... e é pena.
Os meninos estudantes só merecerão respeito quando o tiverem e praticarem perante as pessoas e instituições.
Goste-se ou não da pessoa, no caso vertente o convite não lhe é dirigido pessoalmente mas na qualidade de Reitor.
O universo dos estudantes da Universidade de Coimbra é muito maior que a malta que vai às assembleias magnas e que decide tratar o Reitor, num acto público, por "Senhor Seabra". Uma sondagem ao universo total (e não à meia dúzia cativa das magnas) traria certamente como resultado a desaprovação destas condutas infantis dos meninos estudantes.
Mais educação e respeito precisa-se, meninos...
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