9.06.2006

Why Go (Home)?

Podia perguntar-se ontem à noite pelas 00.45 à porta do Pavilhão Atlântico, após duas horas e quarenta de actuação dos Pearl Jam.

Terá sido, por várias razões, um dos cinco melhores concertos a que jamais assisti (e a lista é bem apertadinha e criteriosa, sem grande margem de evolução).

Um público perfeitamente fanático e rendido (colocando a milhas a histeria colectiva a que assisti em 2004 na visita da senhora Madonna) desde a primeira fila até ao tecto do pavilhão, a passagem por quase todas as músicas que pessoalmente associo a esta banda (faltaram Jeremy e Porch, mas ganhou o público de Terça em relação ao de Segunda-feira Once, State of Love and Trust, Daughter e Betterman), um calor abrasador dentro da sala a dar aquele ambiente frenético tão especial, uma bica de cerveja mesmo à mão de semear junto à entrada da bancada (que vendia outras coisas que o Código da Estrada não permite ingerir a horas tão tardias, tais como Bombay Sapphire e Jameson...), Eddie Vedder embrulhado numa bandeira de Portugal no inesquecível solo final de Alive com 16.000 cabeças à sua frente em furioso headbanging e um final apoteótico com todas as luzes acesas ao som de Keep on rockin´in a free world de Neil Young.

Com este, em especial após ter degustado em registo furiosamente eufórico Alive com os próprios à minha frente (depois de tantas e tantas vezes ter visto o video a preto e branco dos idos de 90), faltarão poucos concertos para me reformar desta vida que tanto mal faz aos ouvidos.

Para tanto, aguardo serenamente pelos encontros com os Senhores Chico Buarque e David Bowie. Pouco mais faltará. Quem sabe uma visita dos White Stripes a Portugal para uma despedida em jeito mosh?

Assim sendo, reordene-se a lista dos 5 melhores de sempre ao vivo e em directo (sem qualquer ordem de preferência):

Pixies, Coliseu do Porto, 1991 (o primeiro de todos)
U2, PopMart Tour, Alvalade, 1997 (o maior)
Smashing Pumpkins, Praça de Touros de Cascais, 1996 (o turbulento)
Pearl Jam, Pavilhão Atlântico, 2006 (o eufórico)
(ex-aequo) Radiohead, Coliseu de Lisboa, 2002 (Karma Police) & The Farm, Queima das Fitas de Coimbra, 1991 (o festivo)

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