Máquinas, deficiências, avarias, deslocações, sons, líquidos, sólidos, vistas e condutores. Académica, Benfica, Coimbra. Since 8th June 2004. Pelo menos.
Já por diversas vezes glorifiquei uma sobremesa que só conheço do São Gião de Moreira de Cónegos (um dos 3 melhores restaurantes onde algum dia entrei): as canilhas com leite creme, uma invenção galega (prima direita do pulpo a feria).
Glória à Visão hoje editada, que no suplemento sete,a fls. 12, nos revela a receita das míticas cañitas de hojadre, nome original daquela simples mas fantástica sobremesa.
Urge tentar replicar em ambiente doméstico, rapidamente.
Outras paragens, outros quefazeres, pouco tempo, tudo somado em prejuízo da periodicidade com que escrevo por aqui.
Por isso, promete-se para 2010 o regresso de alguma actividade ao velho Maquinista.
Entretanto, escondamo-nos junto ao Douro dos confettis, dos gordos de smoking e das gordas de vestido de lantejoulas, ainda e sempre perto de uma lareira e de um bom vinho para entrar sossegadamente em 2010.
Sem operações STOP, gente desconhecida ao redor, música parola, espumante meio seco, etc.
Antes com os nossos amigos, com vinhos de todas as regiões do país, 2 ou 3 queijos e um iPod com playlists de várias horas só de música boa.
Rumo ao gélido interior, para desenjoar do ambiente citadino, acender lareiras, comer bem, ouvir o relógio da igreja a assinalar as horas e as meias-horas e apanhar ar do bom.
Sábado ao serão, de regresso àquele desporto curioso que é assistir a um derby futebolístico num café de aldeia, sozinho, no meio dos locais.
Como sempre acontece em todo o nosso Portugal, a maioria dos presentes é sempre benfiquista.
Como também costuma acontecer nas nossas aldeias, a imperial é a menos de 1 Euro e chega-se a beber um J&B novo por um e meio (em copinho de bagaço cheio até cima, por causa do tamanho do cubo de gelo).
E assim conseguimos ver um jogo sem fazer muito barulho, sem sermos boçais, como aconteceria se víssemos em nossa casa.
No final, regressar ao sofá e à lareira, espalhar os jornais do fim de semana ao redor e ficar por lá até chegar o sono.
O local escolhido tem dado sorte. Que assim se mantenha.
E que o dono deixe ver também o Barcelona - Real Madrid no domingo ao final da tarde...
E uma vez que caminhamos perigosamente para o final do ano, declaro o meu repúdio por aquelas listas do melhor da década, etc. Mas sempre adianto que para mim o grupo de música da década foram sem qualquer dúvida os Arcade Fire.
Acabava eu de assistir ao apuramento de Portugal para o Mundial de futebol quando mudei para a Sport TV para torcer pela Irlanda nos minutos finais contra a França. Assiste-se então àquele roubo escandaloso da mãozinha do Henry. Nunca gostei deste jogador. Não o queria jamais numa equipa da qual fosse adepto. Não gosto de jogadores que jogam à bola sem rir. O futebol é para entreter as pessoas, não é um assunto sério. Quanto aos demais funcionários franceses ligados à bola, desde Platini, passando por este Henry ao ranhoso do seleccionador francês, fica o meu desejo: que sejam eliminados na 1ª fase, de preferência por uma equipa africana e com um golo que tenha entrado pela malha lateral da baliza.
Há coisas que pela sua relevância não podem ser adiadas: a caminho da garrafeira está já o habitual Redoma Reserva Branco 2008, que pela sua excelência, destina-se a ser consumido apenas uma vez por ano, na noite de Natal. Antes do tinto da praxe e muito antes do malte que aparece a fechar a noite.
Este é um vinho de culto, o melhor vinho branco que algum dia provei, com larguíssima distância aos demais grandes brancos que tive o privilégio de conhecer. Distância muito maior do que aquela que separa os 5 ou 10 melhores tintos.
Por isso, só deve ser provado ocasionalmente.
Por isso, chegados a esta altura do ano, se nos cruzarmos com ele, temos que comprar uma garrafa, guardar, e consumir no dia 24-12 à noite.
De preferência, acompanhando umas lascas fininhas de presunto pata negra.
se decidires vir a Portugal ou arredores, acampo à porta do Continente, da Worten, da mercearia do bairro, onde calhar, para arranjar bilhete. Tenho que estar lá.
Se já só te der para tocares no Casino do Estoril, até alugo um smoking.
Trocava todos os concertos que vi nos últimos 5 anos por um concerto teu.
A devida e merecidíssima vénia à RUC por ter-se associado à RADAR na transmissão, à hora própria, do último Viriato 25 gravado pelo António Sérgio.
Possibilitando assim a quem reside fora de Lisboa e não está para ter que estar ao lado do portátil sujeito aos humores variáveis do live streaming da rádio online ouvir, no local próprio, aquele que foi o derradeiro contributo para o bom gosto musical do António Sérgio.
Ouvi-o atentamente, desde as 23.00 até perto da 1 da manhã, recuperando aquele hábito antigo da rádio a desoras. Pela última vez, na companhia dele. Que como bem disse alguém num depoimento para a RUC, tinha um registo vocal que parecia estar ali ao lado a falar connosco.
Por último, e encerrando o capítulo, deixando nota do que se escreveu por aqui a propósito dele e do Som da Frente.
Apanhei ontem, chegado de fim de semana, a notícia da morte de António Sérgio.
Falei dele e elogiei-o várias vezes por aqui. Merecidamente.
É um dos 3/4 responsáveis por tudo o que de bom ouço desde os meus 13/14 anos.
Pixies, Jane´s Addiction, toda a cena de Manchester e derivados, Birdland, This Mortal Coil, Throwing Muses.
Para quem não teve o privilégio de conhecer, julgo que esta lista de músicas tocadas no seu programa ao longo dos anos é suficientemente esclarecedora.
Foi a voz (e que voz portentosa, marcante tinha ele!) que tantas noites trouxe aquelas novidades que contam.
Naquele "Som da Frente" da Rádio Comercial que, ouvido em tempos do liceu, naquele horário manhoso 1-3 da manhã, poucas chances dava de coordenar com aulas a começarem às 8.30 da manhã... ausências estas de que me vingava, verão fora, em férias, onde todas as noites (de segunda a quinta-feira, se bem me lembro) ouvia o programa, de início a fim.
Cruzei-me com ele em 2008 no Parque Tejo, onde esperava o início do concerto dos Arcade Fire. Estive prestes a ir meter conversa com ele. Depois, pensei que não teria conversa para o abordar, a não ser para lhe agradecer todas as bandas que me deu a conhecer nesses gloriosos tempos do "Som da Frente".
End of story. Espero sinceramente que o Blitz (ou a Blitz...) prestem o devido tributo a este senhor. Rapidamente.
Por mim, tão rápido quanto possível, tratarei de criar no meu iPod aquela lista, acima referida, das 500 músicas da "Lista Rebelde" do "Som da Frente". Pela ordem citada, como convém.
Porque quanto à rádio portuguesa, com as honrosas excepções da RADAR e da R.U.C. cá da terra (e uns 10 minutos por hora de emissão, a Antena 3...), o panorama é tão negro que só uma ligação do iPod ao carro nos salvará do degredo absoluto.
Por último, ainda que numa versão video com umas fotos meio estranhas, deixo um link para uma música que ouvi nesse mesmo "Som da Frente" numa noite de verão, há quase 20 anos atrás, a qual nunca mais esqueci. Porque aí o que contava era mesmo o que ouvíamos.
Para que esse dia em que os U2 tocarão em Coimbra (isto ainda me soa algo estranho, confesso...), nada me importaria de ouvir (não necessariamente por esta ordem):
I will follow
Gloria
Sunday Bloody Sunday
Unforgettable Fire
Bad
A sort of Homecoming
New Year´s Day
Fire
Party Girl
In God´s Country
Far away so close
Umas já ouvidas em 97 no velho Alvalade, outras a ouvir de certeza (atentos os concertos anteriores) em 2009 no ECC...
Muitos assuntos, muito trabalho, muita paródia, muita coisa tem-me afastado daqui.
Muitos golos do Benfica (nunca serão demais), alguns kms. de jipe fora de estrada (um saudável hábito que regressa em pleno!), coisas para ler, para ver, para ouvir.
Por ora, apenas para dar conta de que jamais pensei assistir a um concerto dos U2 na minha terra.
No meu estádio, da minha Académica.
Pois parece que afinal é verdade. Os ingressos vêm a caminho. Para o anel superior, ultra wide vision e sem as confusões e o cheiro a erva (proprio sensu) do relvado.
Domingo, 3 de Outubro de 2010.
I´ll be there (tal como em A sort of homecoming, uma das previsíveis ausentes do alinhamento...)!
Leio a notícia da renúncia ao cargo de Director do Público de José Manuel Fernandes.
Lamento profundamente. Para mim, de longe um dos melhores jornalistas da pobre cena escrita e falada do país.
Um dos jornalistas que mais aprecio ler. Um dos raros jornalistas portugueses que não tem pejo em assumir-se como sendo de direita. Coisa rara num meio totalmente dominado pela esquerda, como se sabe.
Mais, um dos mais incómodos para quem manda, como bem se tem visto nestes últimos tempos.
Tinha o "Público" como um dos últimos projectos informativos realmente livres que existiam em Portugal. Espero sinceramente que o registo se mantenha. Caso contrário, estamos mal. Muito mal.
Confirmado o que já se falava há muito tempo, perspectiva-se um mundial de F1 brutal em 2010:
Mclaren com Lewis Hamilton e (com toda a probabilidade) Kimi Raikkonen, numa das melhores duplas de pilotos na mesma equipa de que tenho memória, à excepção, claro está do imortal Prost/Senna...
Ferrari com Felipe Massa e Fernando Alonso (acabadinho de fichar).
Se estas duas equipas subirem o nível para o habitual, são duas duplas de choque, para seguir desde os treinos. 4 pilotos de eleição em despique directo! Venha então 2010!
"São duas brasileiras para a suite do Sr. Gomes Duarte de Lisboa p.f." Alguém do quarto 2223 do Meridien.
Entre algumas tarefas pendentes, vou dando uma olhada à TV cada vez que se grita golo no jogo do Benfica. Já tive que desviar a atenção dos meus quefazeres uma série de vezes...
E assim passa o serão desportivo: o Porto rouba, o Porto ganha e o Benfica espeta mais 5 a um grupo de caceteiros que vinha preparado para o mais reles anti-jogo, tão reles que não durou mais que 20 minutos.
De amanhã a 8 dias, antevendo tempos de logísticas complicadas, revisitando no inevitável Coliseu do Porto uma banda que queria muito ver há muitos anos e a que regresso com frequência, em especial para recordar tempos inconscientes, há muito passados, que combinavam em doses perigosas automóveis, copos e noitadas sem fim...
Sexta feira 25, encontro marcado com Ian Astbury e os The Cult.
(Antes disso, rumando já amanhã e sábado ao Pinhal de Leiria para a edição 2009 do Rali Centro de Portugal, esperando ouvir o troar do V12 do Aston Martin DB9 e o flat-six do 911 GT3 em pleno...)
Deitando contas à vida e aos pendentes que se acumulam sem fim à vista, ao som do imortal Bela Lugosi´s Dead gravado ao vivo nos idos de 80 pelos Bauhaus, naquela versão que demora uns deliciosos 10 minutos, desta forma azucrinando os ouvidos de quem passa à porta da sala...
Refiro-me ironicamente ao jogo de ontem? Claro que não. Não espero nada dali. Uma vergonha.
Palavras breves para saudar os campeões do mundo de Grupo N de ralis 2009, conquistado hoje na Austrália. Parabéns aos campeões Armindo Araujo e Miguel Ramalho, que procurarei dar pessoalmente dentro de 15 dias no Rali do Centro!
Moledo, 15.00h, nem frio nem calor, sem vento, sol radioso, não se ouve nada, excepto um ou outro pássaro. O verão é 'muito' Algarve, mas é incontornável que passe também por aqui... Adivinha-se um glorioso fim de tarde, onde o Bombay tónico ficará responsável pelo lançamento do jogo crucial da nossa Selecção...
Declaração de interesses: não via, não era nem nunca fui adepto do Jornal Nacional da TVI nem do estilo da sua apresentadora(ainda assim, fui um dia a tempo de ver aquele celebérrimo duelo M.M. Guedes vs. Marinho e Pinto, por mero acaso de zapping...)
Sou fiel aos noticiários da SIC desde o tempo em que percebi, há muito tempo atrás, que os da RTP também não eram de confiar.
Ainda assim, enjoa-me viver num país em que se silencia uma voz incómoda para quem manda, a um mês das eleições.Assim se prova que a dita voz incomodava, e muito. Se assim não fosse, nem sequer lhe ligavam, deixavam-na com aquele ar prepotente a pregar no deserto.
Por isso, retomo as palavras sábias ditas um dia por Thomas Jefferson:
"A nossa liberdade depende da liberdade de imprensa, e ela não pode ser limitada sem ser perdida."
Portugal, se calhar, é tanto isto como a praia que se apregoa e de que tanto gostamos.
"Isto" traduz-se em acordar muito cedo, para chegar a miradouros destes antes das 8.00h e captar imagens destas:
Ou o gozo de descer uma vinha tão grande como esta, numa poeirenta caravana, privilégio que poucos terão, ou não se tratasse de propriedade privada e fonte de belíssimos vinhos...
Fotografar, vezes sem conta, a geometria irregular das vinhas do Douro, até um dia alcançar a foto perfeita...
Terminar o dia no alto de uma serra, bebendo uma imperial gelada acabada de tirar, com esta vista, que em linguagem de mediador imobiliário podemos qualificar, aqui com absoluta propriedade, de "desafogada"...
Tudo isto é o gozo que dá um passeio TT neste no fabuloso interior do nosso país.
Fora de estrada, longe da confusão, para que um dia possamos dizer (esperamos nós...), como um dia disse Miguel Sousa Tavares a propósito das suas 20 e tal participações no Raid Transportugal, "confesso que te conheço, Portugal."
Desta vez, a rota foi algures perto de São João da Pesqueira, Alto Douro Vinhateiro, há alguns dias atrás.
Por um momento, a Bélgica consegue oferecer-nos algo verdadeiramente excitante: estes felizardos contam no seu território com o mais fabuloso circuito automóvel do mundo, Spa Francorchamps.
Aquele que tem a curva mais impressionante de todos os circuitos, Eau Rouge / Radillon.
Este fim de semana, a F1 regressa ao seu templo máximo.
Celebre-se com 2 minutos da pole position de Kimi Raikkonen em 2007
Quando a F1 é isto, poucos desportos conseguem ser tão espectaculares. Pena é que na maior parte das vezes, a F1 seja uma coisa cada vez mais sensaborona...
Amanhã, rumo ao Douro encantado, para um prometedor raid TT valados acima, valados abaixo, com várias escalas técnicas para refrescar a garganta e, de permeio, fotografar tudo, terminando onde começamos: à mesa. Vistas (largas), TT, bons copos, petiscada como só a malta do nosso interior sabe oferecer, grande mesa, fotografar. "O" programa. Tudo dito. Relato se e quando nos apetecer, algures durante a próxima semana.
Reinaldo Teles reaparece no banco do FCP. No ultimo minuto do Paços - Porto com o jogo empatado, o fiscal de linha corta uma jogada em que um jogador do Paços vai isolado para a baliza portista. Tudo acaba, por isso, menos mal. Beto, GR ex-Leixões, assiste a tudo ao lado do Padrinho. Sai mais uma dose de polvo para a mesa 2 p.f.
E recomeça o clássico temor reverencial das gentinhas nortenhas pelo Benfica. Agora, com a pérola, arrotada por um dirigente da agremiação, segundo a qual "o Benfica não sabe ganhar em democracia". Apenas relembro ao douto representante azul e branco o bem que me soube festejar em 94 e em 2005 os campeonatos ganhos debaixo da mão pesada da ditadura, primeiro do algoz Cavaco, depois dos seus aprendizes Durão e Santana...
Muitas horas de sol, 4 livros lidos por inteiro (Coupland, Roth, Mia Couto e Stieg Larsson), vários brancos dignos de nota, as voltas pelas mesas do costume, pouca gente, muito sossego, noites amenas, o Algarve se fosse sempre assim era algo a roçar a perfeição...
Tasco encerrado até novas ordens, até meados de Agosto ou se entretanto aparecer alguma coisa relevante para postar via iPhone. Até lá, a receita habitual: mar, sol, praia, livros, iPod, vinhos rosés, brancos, verdes e espumantes, alguns Bombay tónicos e vários Taylor´s Extra Dry tónicos.
E esta, ouvida muito alto, muitas vezes:
Isto porque todos os anos aparece alguma coisa para ouvir que supera as demais e que sabe muito, muito bem ouvir...
Assim sendo, as recomendações habituais, estilo vem devagar emigrante, não beber em excesso, não aceitar vinho tinto acima de 18º de temperatura, fugir à confusão e gozar a fundo o bem mais precioso que os pobrezinhos dos Portugueses tão bem conhecem: o nosso sol.
Um fim de semana com o terceiro volume da saga Millennium torna o leitor muito má companhia para todos os que o rodeiam. Encontram-se profusamente descritos, mundo fora, casos de pessoas que mergulharam nas desventuras da doida Lisbeth e só voltaram de madrugada para apanhar o segundo pacote de bolachas da noite...
Com um jogo treino entre o FCP e o Leixões. Folgo em saber que aquele jogador que equipou pelos de Matosinhos na época passada e que só fez um jogo mau todo o ano (ele que até é seleccionável...) se estreou agora com as cores desse clube contra o qual teve a dita noite, digamos, infeliz, onde encaixou 3 frangos monumentais, num jogo complicado para os visitantes. Estreia esta que se adivinhava, apesar dos constantes desmentidos após aquela noite infeliz. Assim sendo, resta-me pedir a costumeira dose de polvo assado aqui para a minha mesa per favore...
Comprei ontem o último livro de Miguel Sousa Tavares, "No teu deserto", onde um escangalhado UMM Alter desempenha um papel secundário imprescindível. Li-o de uma vez só, sem parar sequer para mudar de posição no sofá. Simplesmente adorei este livro.
Sempre fui e serei adepto da Porsche. Considero mesmo ser a única marca de automóveis que merece ser paga acima de todos os demais. Ainda assim, não sou insensível às demais marcas premium. De passagem pelo site da Ferrari, reparei que contam agora com um configurador, à semelhança do que sucede com outras marcas. Nele permite-se que brinquemos, qual cliente, simulando as diferentes combinações de cores exteriores, interiores, jantes e mesmo a cor das maxilas de travão (um pormenor delicioso). Aqui descobri, então, uma nova referência de cor: chama-se Azul Pozzi. Seria esta que escolheria se comprasse um Ferrari. Simulei-a no 430 Scuderia, no California (com interior de pele do artesão Schedoni cor Camel, um sonho só...) e no cristianoronaldíssimo 599 GTB Fiorano (aqui, com claríssima hesitação entre o mesmo tom Camel do interior e o cinzento escuro). É talvez a cor mais bonita que já vi num automóvel. Imagino que o nome (Pozzi) tenha a ver com o nome do histórico importador da marca italiana em França (Charles Pozzi), que chegou a ter uma equipa privada Ferrari a correr as 24 Horas de Le Mans. Assim se prova que nesta marca, há muita vida para além do vermelho vivo. Esse, quanto a mim, fica a matar. Nos carros de corrida...
Sim, creio ter sido o primeiro comprador do terceiro e último tomo da saga Millennium, da autoria de Stieg Larsson na loja onde entrei. Seguem-se as habituais noitadas para chegar ao fim desta fabulosa colecção, que infelizmente parou no volume 3 quando o autor previa escrever 10. Não tivesse ele falecido entretanto.
Que bem que soube ouvir ontem a música dos Xutos a tocar na instalação sonora do Santiago Bernabéu. Que bem estava o Rei Eusébio ao lado de Di Stefano e do Presidente do Real Madrid. Espera-se agora que o rapaz não desiluda. E que as miúdas de Madrid não o desviem...
July 3rd, 2007 - Super Bock Super Rock, Lisbon, Portugal
Black Mirror, No Cars Go, Haiti, (Antichrist Television Blues), Intervention, Headlights Look Like Diamonds, The Well And The Lighthouse, Ocean of Noise, Neighbourhood #1 (Tunnels), Neighbourhood #3 (Power Out), Rebellion (Lies), Keep The Car Running
Encore: Wake Up
Pois foi. Passaram 2 anos desde a última visita dos Arcade Fire a Portugal. Tive o privilégio de estar nesta e na anterior, o inesquecível concerto de Paredes de Coura em Agosto de 2005. Quero-vos de volta. Depressa!
Amanhã, de novo ao redor do punhado de estradas mais tortuoso da região centro. Serra do Açor tomada de assalto, para uma ligação Coimbra-Manteigas "alternativa": aquela que começa na lindíssima ponte de pedra de Góis (imortalizada naquela fantástica foto de Reinhard Klein tirada em 1984 com o Lancia 037 Martini a cruzá-la para sul), sobe ao Colmeal e ao miradouro da Selada das Eiras, desce ao Mosteiro de Folques (mesmo ao lado do local desta foto acima), sobe a Alqueve, desce a Côja, sobe aos Penedos Altos, desce ao Piodão, passa por trás deste até Vide, sobe daqui à Torre por uma novíssima estrada, recentemente alcatroada, desce a Manteigas e acaba à mesa do incontornável Valécula de Valhelhas para as sacrossantas costelinhas de borrego grelhadas.
Uma manhã (bem cedo), 10.000 curvas, 50.000 ravinas, pelo gozo de andar por sítios que o urbano comum dos mortais que se enterra em shoppings ao sábado à tarde prefere desconhecer.
Não tenciono abdicar deste gozo. Enquanto os Chicos Louçãs deste mundo não nos interditarem e nos puserem todos a andar de autocarro a pilhas.
Nunca é demais repetir: um copo alto, gelo daquele em cubo, muito sólido, uma rodela de limão viçoso, 4 dedos (gorditos...) de Bombay e no final regar tudo com o conteúdo de uma lata de Schweppes tónica acabada de tirar do frigorífico. Depois, colocar os phones nos ouvidos e por isto a tocar, enquanto se goza o fim do dia (seja de trabalho, seja de praia, seja de outra coisa qualquer).
E como dizia o outro artista, não havia necessidade de uma série de fitas e maluqueiras, fica, por interposta pessoa, o tributo ao artista que ontem se foi:
Poucas vezes visto um duelo a este nível. Para um amante irreversível dos automóveis, pouco haverá a dizer perante tamanha demonstração de espectáculo puro, vinda do mundo das 2 rodas. Num tempo em que o desporto automóvel entrou numa espiral decadente, de tolice e sensaboria, olhemos de perto o Moto GP, que nos oferece coisas como esta. Deliciem-se:
... gritava Jeremy Clarkson, segundos antes do famoso "Stig" tirar o seu capacete branco e revelar ao mundo a sua identidade...
Nota: ao que parece, "este" Stig apenas apareceu neste programa, com a finalidade de pulverizar, provavelmente com efeitos definitivos, o tempo no mini-circuito de testes do programa, ao volante do bizarro Ferrari FXX, retirando 10 segundos (!!) ao recorde anterior, numa pista que vale apenas 1.10...
Rumo ao inevitável sul, levando atrás a Montanha Mágica e as suas 871 páginas, o Ipod quase a rebentar com as suas 17800 músicas, os números de telefone dos 3 ou 4 restaurantes inevitáveis, com paragem garantida no Apolónia da Galé para abastecer o frigorífico com umas paletes de salmão fumado, vinho branco e verde...
Que ideia mais parva, manter activa uma página (quase pessoal) durante 5 anos a fio. Que tolice acabada, escrever sem se dar a conhecer, sem publicitar, tendo apenas aqui e ali a surpresa de ver mais alguém “tropeçar” e perder tempo com isto. “Isto”, que nada mais é nem pretende jamais vir a ser que um depósito de escritos, desabafos sem interesse, cóleras passageiras, notas sobre coisas que nos dão gozo – dentro do inner circle composto pelos copos, pela música, pelos automóveis, pelos livros que lemos e pelos que não chegámos a ler até ao fim, pela boa mesa e pela melhor fotografia – e apenas quando nos dá gozo escrever sobre elas. O registo é e será sempre esse: escrever qualquer coisa, sem aspirar a que nos leiam e apenas quando estamos para aí virados. Aproveitando umas sombras no sol que normalmente nos acolhe, no passar dos dias.
Imagino que chegará um dia em que não mais vou escrever seja o que for aqui. Esse dia chegará com naturalidade. A mesma com que comecei a debitar estas notas aqui, em Junho de 2004.
Em suma, recorrendo a uma frase que li algures, "os outros que se gabem do que escreveram; a mim, orgulha-me, sobretudo, o que li."
Apetece dizer, como Reininho há uns anos atrás, 'tarde de chuva é península inteira a chorar', olhando pela janela e vendo o lindo dia que está hoje...
O consolo vem ao pensar na próxima semana, em que nos juntaremos aos demais gazeteiros e rumaremos a sul...
Inaugura-se assim um novo formato de edição desta desinteressante página, a partir do iPhone, enquanto o seu primo direito iPod nos oferece Yeah Yeah Yeahs, it's blitz!, a cortar o silêncio de início de noite...
É bom ser adepto de um clube que chega ao final de Maio ainda em competição. É sinal que progrediu nas provas em que esteve envolvido. Que faz parte da elite, dos que mais longe foram no ano em curso. E isso tem muito valor. Assim sendo, no próximo domingo, força Paços de Ferreira!
Retira-se este fim de semana o decano dos jogadores da bola do meu tempo. Vejo jogar Paolo Maldini há tantos anos no AC Milan que já nem me lembro quando começou. Apenas sei que é difícil ver outro jogador que termina a carreira a defesa-central, titularíssimo, aos 41 anos (!!) e sem ter trocado de clube na sua carreira. Tive o prazer de o ver jogar uma vez ao vivo, no tempo em que o Benfica nos oferecia jogos europeus de qualidade quase todos os anos (há muito tempo, portanto...), integrando aquela que terá sido a defesa mais sólida da história da bola: Baresi e Costacurta a centrais, Maldini a lateral esquerdo (onde começou a carreira), na época em que o AC Milan ganhou tudo, muitas vezes...
Um jogador fabuloso, apreciado pelos seus feitos em campo (a que acrescentou sempre uma enorme correcção) e pela classe feminina em geral, acrescente-se...
Sexta passada, ao serão. Telefonema tardio, notificando a presença no concerto das CSS - Cansei de ser Sexy, que acabaram por ser uma pérola nos últimos 10 anos de concertos de Queima das Fitas em Coimbra, pautados por uma absoluta falta de critério na escolha das bandas. Sapatilhas de guerra calçadas (ainda com o pó amarelo da Serra do Caldeirão entranhado...), lá fui. Primeira nota: o espaço de público para assistir aos concertos está reduzido a metade do que conheci até 2000. Mais: não estará muito longe do que reservava o antigo espaço em frente ao coreto do Parque antigo, com a diferença do palco actual ser infinitamente maior... As tendas de música e demais barracame vêm ganhando terreno, pelo que não me espantará que dentro de alguns anos as ditas Noites do Parque não sejam mais que um conjunto de discotecas em formato tenda, agregadas num único espaço. Deprimente, para dizer o mínimo. Segunda nota: o restante espaço está ocupado por umas 5/6 tendas gigantes, com música que apenas admite 2 tons: o tom pimba e o tom house/techno. Assim sendo, terminada a actuação das meninas (presenciada por um grupo de pessoas mínimo...), passadas as ditas tendas em revista e principalmente ouvindo o que se ouvia por lá, a minha vontade de ficar pelo Parque muito tempo rapidamente se esgotou. Julgo mesmo que nem que carregasse fortemente em bebidas coloridas daquelas que os estudantes bebem ao balde (eu que nesses tempos não abandonava o trio cerveja - vinho e whisky, apenas quebrado em favor de uma ou outra caipirinha e um ou outro gin tónico em início de hostilidades...) por ali conseguia ficar muito tempo...
Numa palavra e por aqui me fico sobre a apreciação à actual festa dos Estudantes em Coimbra: descaracterizada.
Recupero o que foi dito em 2007 por aqui (e que por ser assunto mais que dispiciendo, não mereceu em 2008 nenhuma linha a propósito), apenas para relembrar que o dia de ontem nos ofereceu uma final do Estoril Open que (ao que consta, porque não vi) foi disputada e interessante, um AC Milan - Juventus rijo mas fraquinho e que o resumo do GP de Espanha de F1 que deu logo a seguir (corrida esta que também não pude ver em directo à hora de almoço) passou em revista tudo o que de importante se passou pelo Circuito de Montmeló, onde Jenson Button voltou a ganhar e onde a Ferrari deu mostras de ter já dado 2009 como ano perdido.
Quanto ao resto, tudo calmo e sossegado na cidade, como é costume. Porque há coisas que nunca vão mudar, por muito que isso lhes doa.
Diz-se por aí que as barricadas, os carros incendiados e tudo o resto que se tem passado no bairro setubalense é a voz do povo desesperado, a crise, etc. Dizem outras vozes que se trata de meia dúzia de vândalos a aproveitar a onda para fazer disparates, causar danos, etc. Sigo as segundas, depois de imagens vistas ontem na TV: o povo, pobre ou rico, mergulhado na crise ou ainda com a cabeça fora dela, com emprego ou sem emprego, não corre bombeiros à pedrada e à paulada, que tinham sido chamados para apagar o fogo que consumia um carro, incendiado pelos ditos vândalos. Um conselho aos Voluntários de Setúbal: para a próxima, deixem arder.
Disse Didier Drogba (um dos meus jogadores preferidos de todo o sempre), para quem o quis ouvir, frustrado pelo final de jogo e pelo assalto de que se sentiu justificadamente vítima, no final do electrizante Chelsea-Barcelona que ditou a passagem dos culés à final da Champions.
Assim, teremos Lionel contra Cristiano, o Olímpico de Roma como palco da decisão sobre o melhor do mundo em 2009. (Merda. Esta frase é do mais L.Freitas Lobo que me podia ter saído...)
Cá por mim, voto no espectáculo que é o futebol jogado por quem o sabe realmente jogar.
Claro está que neste pano de qualidade caíu uma noite Olegária de um norueguês qualquer de ar atarantado e apito na boca, assim meio pançudo - coisa que já não se usa no meio referee... - , que se esqueceu de marcar uns claríssimos 3 penaltis contra o Barcelona (se calhar, mesmo 4...). Volta Pierluigi Collina, subito!
De hoje a 3 semanas, sem falta para a final da Champions League:
- Uma garrafa de branco de 2008 fresquinho (que pode muito bem ser o Sauvignon+Viosinho Vale do Nídeo 2008); - Um queijinho Camembert com umas bolachas ultraslim CARR´s.
Em frente à TV, para não perder nada do que se vai passar.
E se não for pedir muito, joguem muito. Ao ataque. Todos.
Um acaso da vida levou-me há algumas horas atrás a uma experiência marcante para quem gosta de automóveis: conduzi o novo BMW 730d. Conhecia a série anterior, que foi amplamente superada pelo modelo 2009. Luxo total, conforto acima de qualquer classificação, estes porém combinados com uma condução "à BMW", onde se sente o carro a pisar a estrada e não aquele rolar filtrado, anestesiado, dos concorrentes. Depois, um arsenal de comandos, funções, botões, gadgets, que implicarão um curso de formação certificado pelo QREN para dominar minimamente o potencial tecnológico ali embebido. Tudo embalado por umas linhas muito mais consensuais que a série 2001 deste topo de gama. Que, no limite, até lhe emprestam um ar de carro mais pequeno que os seus 5 metros deixam antever. Um prazer, esmagar aquele acelerador electrónico, sentir a caixa automática a reduzir umas 3 ou 4 mudanças de imediato e curvar a velocidades proibidas ao volante daquele mastodonte...
Noite fora, formatando slides sem fim para venderbanha da cobra amanhã, tendo por companhia JP Simões nos phones e uma caixa Origins of the World da Godiva (comprada na loja climatizada do Aeroporto de Bruxelas em Março passado), cujo conteúdo deambula entre os 50 e 0s 72% de cacau, passando pelos equilibrados 70%...
Nunca perdendo o hábito de trilhar novas mesas e cadeiras afamadas na ciência lata do hospitality (o brilhante livro "Negócios à Mesa" de Danny Meyer explica de forma esgotante do que se trata...), aproveitando um jantar em Lisboa para visitar um local de referências insuspeitas: o Galito da Estrada da Luz. Suspeitas confirmadas, um fantástico executor da cozinha alentejana deslocado na capital: os melhores ovos mexidos com espargos bravos que é possível imaginar (e que destronaram os invencíveis congéneres do S. Gião de Moreira de Cónegos...), um ensopado de borrego fabuloso e um lombinho de javali como jamais tinha provado. Estranhei ser um restaurante 100% fumador, o que julgava proibido pelo regime legal vigente (sendo certo que a sala possui uma extracção de fumo exemplar, apenas se sentindo o cheiro mas jamais o fumo em suspenso no ar), mas não desgostei de acender uma cigarrilha no final do jantar, após a inevitável sericaia com ameixa de Elvas com que religiosamente deve terminar qualquer refeição alentejana... Última nota para os vinhos: uma carta recheadíssima, com predominio dos produtores alentejanos. Predomínio destes também nos altíssimos preços cobrados pelos seus vinhos, em comparação com as demais regiões, em especial com o Douro. Assim, nada como aproveitar e beber um excelente (Douro) Cistus Reserva 2004 a uns justíssimos 16,00 € a garrafa, quando logo ao lado o (Alentejo) Chaminé 2007 (vinho de entrada de gama deste produtor) estava marcado ao mesmo preço... só por gozo, esta! De duas, uma: ou uns têm o preço dos seus vinhos claramente inflaccionado ou os outros andam a dormir na forma... vou mais pela primeira!
Ainda assim, fechando contas sobre o Galito, um fantástico jantar, muitíssimo bem regado, num daqueles locais que entram directamente para o top 10 da boa mesa em Portugal!
Roubalheira da mais primária, escandalosa, na esteira de tantas e tantas outras vezes, para mais vindo de um personagem reincidente;
Gente do mais ordinário, grunho e boçal que algum dia vi e ouvi (declaração de interesses desde já: acho o mesmo das outras claques todas), que se deram ao desplante de gozar com a Canção de Coimbra para arrotarem os seus cânticos fanáticos (e que bem lhes deve ter sabido, a essa gentalha, a resposta/provocação da Mancha Negra, chamando por Cristiano Ronaldo...);
Ouvir o relato pelo rádio, estando no próprio estádio, 2 ou 3 filas abaixo dos relatadores (da TSF, esclareça-se) que entre várias intervenções do mais parcial que pode haver, a favor do grande envolvido na partida, a dada altura dizem, com ar catedrático para todo o país ouvir, que "o Porto obviamente ia ganhar este jogo". (O que me leva, com efeitos imediatos a não mais ouvir qualquer relato da bola nesta rádio, eu que sempre aí os ouvi.)
É tudo mau demais para ser verdade: um caldo choco de corrupção, putedo, subserviência, tolerância e encobrimento, roubalheira, gente ordinária e arrogante. A caminho da falência, aliás. Com a banda a tocar.
Assim sendo, fiquem com a tetra prostituição e até para o ano.
Aqui ficam alguns instantâneos de autor do Rali de Portugal:
Em primeiro, o rei da estrada: Sebastien Loeb, provavelmente o melhor piloto de ralis de todos os tempos.
Segundo acto, o mesmo Loeb em modo maximum attack* na PEC de Ourique, sexta-feira pela manhã (ZE3). De reparar com atenção no pormenor da roda da frente esquerda...:
Terceiro acto, um Ford Focus WRC e dois destemidos fotógrafos no interior do gancho, no espectacular spot do troço de Silves:
Quarto acto e uma pergunta: que outro evento levaria esta gente toda a sentar-se ali? (de novo na PEC de Silves)
Quinto acto: pó? É só para quem gosta... (ainda e sempre em ZE3 Silves, definitivamente um local espectacular para fotografar, ainda que por vezes o espaço não chegue para todos...)
Sexto acto: o povo espera pelas máquinas. PEC de Vascão, ao final da tarde de sábado:
Sétimo acto: verde sobre verde, Geninho em modo "alerta" no meio do prado:
Último acto: Sebastien Loeb, 8.00h da manhã de Domingo, a caminho da vitória, na PEC de Loulé. O fantástico nascer do sol no alto da Serra do Caldeirão, uma luz magnífica para fotografar.
Por agora, é tudo que se me oferece oferecer por aqui.
*Expressão creditada ao grande Markku Alen, para aqueles dias em que se anda para lá dos limites...
Se todos os jogos de futebol fossem como o Chelsea-Liverpool de ontem, tenho a certeza que mais gente via futebol com regularidade: emoção, espectáculo, um frango do guarda-redes Reina, imprevisto, reviravoltas no marcador, Didier Drogba, Dirk Kuyt, os fabulosos adeptos do Liverpool e o You´ll never walk alone, luta a sério pela bola, Frank Lampard... Qualquer jogo que termine com o resultado de 4-4 tem que ser bom. Um clube que brinda os seus adeptos, no final do jogo pela aparelhagem do estádio com o One Step Beyond dos Madness para festejar, não só demonstra bom gosto como mostra merecer ter todos os fins de semana e quartas europeias o estádio cheio. Se eu vivesse em Inglaterra, todos os fins de semana ia à bola.
Sabe-me muito bem ouvir chover lá fora, enquanto revejo as fotos que tirei no fim de semana passado no Rali de Portugal, numa épica jornada debaixo de uma camada de pó daquele amarelinho e fininho que se aloja por todo o lado...
Mantendo a tradição de levantar bem cedo, estivemos então:
Sexta-feira, no troço de Ourique-1, logo ao início manhã e depois de uma "ligação" iniciada em Coimbra por volta das 5.00h da manhã...;
No mesmo dia, em Malhão-1, 12.00h;
A meio da tarde, em Silves-2;
Para fechar o dia, no Estádio do Algarve, na zona de assistências;
Já no sábado, Santa Clara 1 a abrir;
Vascão 1, antes de almoço;
Santa Clara 2, logo após;
Vascão 2, a fechar o dia, numa ZE (Zona Espectáculo, para quem não saiba...) repleta de povo que pelo número de garrafas vazias ao redor, pareciam estar por ali já há longas horas...
No domingo, alvorada para Loulé 1 (7.50 o primeiro carro na estrada), a que se seguiram os restantes 3 troços do dia, ou seja, lográmos saltar de troço para troço e ver os primeiros 10 concorrentes em todos eles. Melhor, só de helicóptero...
Em suma, estive em 11 dos 16 troços da prova, tudo sem grande stress ou atropelos graves ao Código da Estrada. Tudo bem planeado e pensado, atempadamente...
Uma notícia que corre por aí, ainda não totalmente confirmada, dá conta da vinda de Bruce Springsteen a Portugal a 16 de Agosto para um mais-que-aguardado concerto. O local ainda está em discussão, ao que parece. Por mim, voto no Estádio Municipal de Coimbra, reeditando a monumental festa que foi o concerto dos Rolling Stones em 2003. Voto este que não se justifica só pela proximidade à base. Mas também pelo facto de poder ir à picanha a meio da tarde (ali bem perto do Estádio...) e depois tomar o meu lugar na fila para a entrada, com um Jameson num copo de plástico numa mão e o puro na outra (recordando essa tarde de Setembro de 2003 e o trajecto culinário e alcoólico desse dia...).
Seja lá onde for e a confirmar-se o concerto para esse dia 16-8, será uma forma gloriosa de encerrar as férias que devem terminar justamente nesse dia.
Em breve por aqui, o relato possível de 3 dias no meio do pó, de gente a beber aguardente de medronho e minis às 8.00 da manhã, da passagem por terras como Cabeça da Vaca, Dogueno, Barranco do Velho (com uma inesquecível sandes de presunto feita com um pão como já não há em parte alguma...), Malhão e outras que tais e de um cheiro exuberante a laranjas e a "campo" a entrar pelas janelas do jipe que faz esquecer qualquer Acqua di Parma que se põe por aí...
O Maquinista na verdadeira festa do povo: o Rali de Portugal.
Últimas antes de segunda ou terça-feira para olhar para a checklist feita em 2007 de bens essenciais a levar para o Algarve esta noite, por forma a desfrutar em pleno do nosso Rali de Portugal.
A propósito do post anterior, relembrar apenas que um rali é isto
e isto
mas também é isto
e isto
As 2 últimas fotos foram tiradas em 2 troços do nosso Rali de Portugal. Foi só virar a máquina na direcção oposta da estrada. É isto que os ralis nos oferecem. É por isto que nos levantamos cedo e comemos pó.
NOTA: Fotos do autor. Não foram recolhidas por ai. As 2 primeiras, em 2008 no troço de São Brás de Alportel. As 2 últimas, referentes à edição 2007, respectivamente em Santana da Serra e perto de Salir, no alto da Serra do Caldeirão.
Para rumar a sul. Ao encontro do pó, das roulottes de bifanas, dos estradões de terra, do contacto próximo com os afáveis géninhos. Mas também da primeira sessão de Rui de Silves de 2009. Venha depressa a madrugada de sexta-feira e a edição ´09 do Rali de Portugal.
O Boavista está à beira da falência. Um grupo económico decidiu organizar um jogo de caridade no Estádio do Bessa para angariar fundos para ajudar o clube. Convidaram o Benfica para esse jogo. Vieram 17.000 pessoas ao jogo. A claque da casa, a dada altura, começa a cantar o clássico portuense "SLB, F.D.P., SLB". Todos contentes que eles estavam a cantar. Saltavam e tudo. Assim seguirão para a falência, o fecho, o desaparecimento dessa agremiação. Destino merecido, aliás, para gente tão ordinária.
O Público começa a descolar definitivamente dos restantes jornais portugueses.
Os semanários (Sol e Expresso), regra geral, estão uma merda (é o termo, não encontro outro) e os outros diários são intragáveis, rasteiros, popularuchos, enfim, desprezíveis.
Na edição de hoje, 2 brilhantíssimos artigos, o de José Miguel Júdice sobre a classe empresarial portuguesa e a "fome de Estado" do tuga médio e o editorial de José Manuel Fernandes sobre o financiamento do SNS.
Sextas e sábados tento comprar sempre este jornal. Para ler alguma coisa de jeito. E de caminho aproveitar as revistas de fim de semana, que sem se dar por isso, têm muito mais qualidade que as congéneres dos semanários. E se alguém me conseguir explicar aquela ideia obtusa da revista do Expresso obedecer a um tema fixo por semana, agradecia...
Porsche Panamera. O primeiro Porsche berlina (depois do SUV Cayenne).
Confesso que uma vez mais a apresentação dinâmica superou as fotos que têm sido conhecidas.
Ou seja, nestas o carro pareceu-me feio, agora parece-me bastante mais interessante. E convenhamos que 500 cavalos num carro destes, com 4 lugares verdadeiros, auguram tudo menos tédio ao volante...
Mas impressões estéticas à parte, o que ditará o sucesso ou o falhanço deste ambicioso projecto da casa de Zuffenhausen será o feeling de condução: se acrescentará alguma coisa neste particular a um BMW ou outro player já confortavelmente instalado neste segmento, a aposta está ganha. Se for outro carro pesadão, apenas aproveitável em auto-estrada, os potenciais clientes questionarão a compra.
Claro está que nós, portugueses, não contamos para nada aqui; os muitos que se venderão por cá - imagino eu, face a outros exemplos e descontando o efeito "crise" - serão em grande medida para pessoas para as quais isso do feeling não tem qualquer importância... pessoas cujo feeling é mais pelo lado da ostentação pura e simples e que depois nem sequer sabem para que servem as patilhas por trás do volante...
Lembro-me, a propósito disto mesmo, de um comentário delicioso do jornalista Francisco Mota num Auto-Magazine em que testava um 911 Carrera 4, que seria para muitos portuguesinhos entendidos ou puristas um carro menor face ao original Carrera 2 de tracção traseira: entendidos ou puristas esses que na maioria das vezes nunca tinham sentado o cú em nenhum Porsche 911...
Alte, Soalheira, Assumadas, Boião, Azilheira, Escorvas, Moitinho de Góis, Zebro de Baixo*.
Aproximamo-nos perigosamente de novo mergulho no mais profundo dos Portugais.
Aquele que só visitamos à boleia dos Ralis.
A mais nobre e espectacular modalidade do desporto automóvel, mesmo que ferida de (quase) morte nos dias de hoje pelos sadomasoquistas nazis que mandam nos destinos da modalidade ao nível internacional.
Esse Portugal profundo que temos todo o gosto em percorrer, conhecer, cheirar, apreciar e fotografar, atrás deles.
3, 4 e 5 de Abril, o Rali de Portugal e o Campeonato do Mundo de Ralis de volta à serra Algarvia.
E nós por lá também. "Haja o que ajar", conforme um dia disse um futebolista qualquer.
(E a promessa de uns dias depois de limpa a Canon 400d de todo o pó acumulado, postar por aqui as cores da primavera a sul, entrecortadas pelo C4 do Sebastien Loeb e as cabriolas dos imparáveis Jari-Matti Latvala e Petter Solberg. Entre outros.)
Por cá, Dark Was the Night, a encantadora colectânea da insuspeita e sempre adorada 4AD, a abafar a ventania que sopra lá fora.
Por falar em 4AD, corteses são esses senhores, que em troca do nosso mail para a sua mailing list, nos oferecem, free of charge, um conjunto de canções da colheita 2008 para download...
Futebol? Benfica? Três grandes? Claques? Árbitros?
Não. Nem lá perto. 1984. 25 anos atrás. As bodas de prata daquela que terá sido a mais espectacular edição de sempre do Rali de Portugal Vinho do Porto (assim se chamava ele nestes tempos). Audi Quattro e Lancia 037 Rally. Hannu Mikkola, Markku Alen, Henri Toivonen. Peninha, Arganil, Viseu. Povo. Tracção total e tracção traseira. Paixão. Tinto, branco e muitas minis. Umas quantas sandes de tudo de mais alguma coisa. Rádios a pilhas. Lanternas e fogueiras. Piropos às miúdas que subiam e desciam o troço. Noite, dia, nascer e pôr-do-sol. Cobertores gamados à avó. Asfalto e terra. Frio e calor.
e a segunda parte do momento cultural:
Para uma ideia do que era uma prova nestes gloriosos tempos, fica o itinerário completo e o horário de 1984:
Leg 1 Wednesday 7-Mar-1984
09:15 SS1 Lagoa Azul 1 5.00 km 09:30 SS2 Peninha 1 6.50 km 09:50 SS3 Sintra 1 10.50 km 12:15 SS4 Lagoa Azul 2 5.00 km 12:30 SS5 Peninha 2 6.50 km 12:50 SS6 Sintra 2 10.50 km 15:15 SS7 Lagoa Azul 3 5.00 km 15:30 SS8 Peninha 3 6.50 km 15:50 SS9 Sintra 3 10.50 km 19:25 SS10 Gradil 6.50 km 20:30 SS11 Montejunto 13.50 km 23:11 SS12 Fig. dos Vinhos 20.50 km 23:45 SS13 Campelo 10.50 km Thursday 8-Mar-1984 02:20 SS14 Préstimo 12.50 km 02:53 SS15 Vouga 8.00 km
Leg 1 total: 137.50 km
Leg 2 Thursday 8-Mar-1984
15:50 SS16 Orbacém 1 11.50 km 16:30 SS17 Gávea 1 11.00 km 17:20 SS18 Extremo 1 6.50 km 17:50 SS19 Arcos/Portela 1 27.00 km 18:33 SS20 São Lourenço 1 27.00 km 19:45 SS21 Orbacém 2 11.50 km 20:25 SS22 Gávea 2 11.00 km 21:10 SS23 Extremo 2 6.50 km 21:35 SS24 Arcos/Portela 2 27.00 km 22:15 SS25 São Lourenço 2 27.00 km
Leg 2 total: 166.00 km
Leg 3 Friday 9-Mar-1984
10:45 SS26 Fafe-Lameirinha 10.50 km 11:02 SS27 Fafe-Lagoa 8.00 km 11:22 SS28 Cabreira 26.50 km 12:38 SS29 Marão 36.50 km 14:00 SS30 Baião 17.50 km 16:33 SS31 Lamego 17.50 km 17:33 SS32 Mões 1 11.00 km 17:53 SS33 Nogueira 1 7.00 km 18:10 SS34 Viseu 1 26.50 km 19:26 SS35 Mões 2 11.00 km 19:46 SS36 Nogueira 2 7.00 km 20:03 SS37 Viseu 2 26.50 km
Leg 3 total: 205.50 km
Leg 4 Saturday 10-Mar-1984
06:32 SS38 Arganil 1 56.50 km 07:55 SS39 Candosa 1 6.50 km 08:41 SS40 Lousa 1 10.50 km 11:22 SS41 Arganil 2 56.50 km 13:01 SS42 Candosa 2 6.50 km 13:47 SS43 Lousa 2 10.50 km 18:00 SS44 Martinchel 9.00 km 19:45 SS45 Coruche 20.00 km
Leg 4 total: 176.00 km
Rally total: 685.00 km
Uma "quase-volta-a-Portugal", com início no Estoril e Serra de Sintra, sempre a subir em direcção ao Centro de Portugal (Figueiró e Campelo, Castanheira de Pêra), passando por Sever do Vouga, para terminar na Póvoa do Varzim, madrugada dentro. No segundo dia, até à Serra de Arga, bem perto de Vila Praia de Âncora, Ponte de Lima e Arcos de Valdevez, regressando à Póvoa. Terceiro dia a começar novamente na Póvoa, direcção Fafe, depois serra da Cabreira, serra do Marão, passando pela marginal da Régua para honrar o patrocinador da prova, para sul, até Viseu, via Lamego. Último dia com a passagem pelos míticos 56 kms. do troço de Arganil (da Aldeia das Dez à entrada de Arganil, sempre pela serra do Açor), Candosa, Lousã, até Tomar para o almoço e os 2 últimos troços, Martinchel e Coruche (sim, a dos toiros...)
Por aqui se vê a dimensão brutal do que foi o rali de Portugal nestes tempos. Num tempo, recorde-se em que não havia auto-estradas, Vias Verdes, Áreas de Serviço 24 horas, etc. Imagine-se o que seria acompanhar esta prova no seu trajecto integral...
Hoje, esta prova resume-se a 9 troços que quase se tocam uns aos outros na serra do Caldeirão... Uma tristeza!
Durante o fim de semana, foi conhecida a notícia da morte do Eng. José Megre.
Desnecessária será a sua apresentação a quem goste de automóveis.
Fica a nota de ser um dos Portugueses mais viajados de sempre, que teve o privilégio de conhecer a fundo todos os Estados soberanos do mundo, à excepção de um, o Iraque.
Ainda na semana passada tinha ido à estante buscar, uma vez mais, o livro que editou em 1999 com os relatos dos seus primeiros Paris-Dakar (de UMM...) e das expedições ao deserto do Teneré, região hoje "proibida" e à América do Sul. Um verdadeiro "tratado" de aventuras.
Acompanhei sempre os relatos dos seus Transportugal, passeios todo-o-terreno que levaram tanta gente aos confins do nosso país e nos quais infelizmente nunca participei.
Cruzei-me com ele algumas vezes, em provas desportivas, como em 2005 na Baja de Portalegre. Era uma figura singular, com o chapéu australiano de abas e o cigarro sempre aceso.
Espera-se que este paíszinho cinzento e maldisposto venha algures a render a devida homenagem a este aventureiro global, para quem não havia fim para a viagem. E que nos ensinou aquela forma de conhecer que passa por andar, muito, percorrer a maior distância que conseguirmos.
Infelizmente, começamos muito mal neste particular: o jornal Autosport (hoje um cruzamento entre o Autosport do antigamente e uma revisteca daquelas de barbeiro/cabeleireiro) nem sequer citou este triste acontecimento na sua capa, apenas no interior. Dedicou-a a um grupo de jovens aspirantes a piloto de F1, todos com aquele ar metrossexual. É o que vende, hoje em dia...
Viagens, passeios, fotografia, automóveis (japoneses, sempre, e também Porsches...) e miniaturas destes (era dono de uma das maiores colecções privadas em Portugal), uma das mais interessantes personalidades portuguesas que deixa este país mais pobre com a sua partida.
Palavra que lembra, ao longe, o nome de um modelo da Suzuki, uma daquelas dos barbudos, chopper, no seu dialecto próprio, horrorosas. Motos, por aqui, só BMW (todas, lindas) e uma ou outra Ducati, e por ver passar...
Palavra que lembra os próximos dias, que de bom apenas têm o facto de cavar umas mini-férias para: desligar um bocado, comer bem, beber qualquer coisa melhorzinha e diferente, dormir mais, ouvir música boa até quilhar a bateria do iPod, retomar leituras de livros que têm estado, incompreensivelmente, em pousio, ver derbys decisivos numa tasca de aldeia com JB novo a 1,50 € onde os presentes, quase todos acima dos 50, obviamente são TODOS do Benfica e tirar fotografias. Muitas. Dos nossos modelos favoritos.
Porque entrudas e quejandos, jamais houve pachorra para aturar. Detesto.
Recordando o que foi feito por aqui em 2007, aparecerá a Edição 2009, Platinum Edition, do famoso Guia "tudo o que você precisa de saber e conhecer para assistir ao vivo ao Rali de Portugal e tem algum receio de perguntar"...